Apesar de decidirem manter a greve, que chegou ao terceiro dia nesta quarta-feira (5), os motoristas de ônibus de Ribeirão Preto (SP) colocaram metade da frota nas ruas, cumprindo a liminar expedida pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 15ª Região. De acordo com a Transerp, empresa que gerencia o trânsito e o transporte público na cidade, os primeiros veículos começaram a circular às 9h, mas apenas às 10h30 os trabalhadores atingiram o mínimo exigido pela Justiça, que é de 50%. Ao meio dia, 116 coletivos estavam nas ruas.
Foto: Paulo Souza/EPTV |
O vice-presidente do Sindicato dos Empregados do Transporte Coletivo (Seturp), Alcides Lopes de Souza Filho, explicou que os motoristas estão atendendo principalmente a Zona Norte da cidade, região considerada com maior demanda de usuários. "Estamos rodando aleatoriamente, os horários não conseguem ser cumpridos, porque essa quantidade de ônibus é insuficiente para atender toda a cidade. Não podemos ser culpados por ineficiência, continuamos em greve", alegou Souza Filho.
O vice-presidente do sindicato não garantiu, porém, que os motoristas continuem nas ruas durante todo o dia, apesar de a liminar obrigar que o sindicato determine o número mínimo de funcionários que devem voltar ao trabalho. "Estamos cumprindo a lei, mas em um momento como esse, em que os trabalhadores estão com os ânimos exaltados, não dá para obrigar ninguém a trabalhar. Estamos convidando e negociando com cada um", explicou.
Proposta negada
Em assembleia na manhã desta quarta, os trabalhadores rejeitaram a nova proposta de reajuste dos salários oferecida pelas empresas permissionárias do transporte público em audiência na tarde de terça-feira (4), no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) 15ª Região. O consórcio Pró-Urbano ofereceu aos funcionários reajuste linear de 9%, vale alimentação no valor de R$470, participação nos lucros reais (PLR) de R$ 269 incorporados ao salário até maio do próximo ano, além de manutenção do prêmio por acúmulo de função de cobrador até 2014.
Souza Filho explicou que a proposta foi considerada positiva pela categoria durante a assembleia na manhã de quarta-feira, mas o principal impasse está no valor que será pago pela dupla função. "As empresas não querem incorporar o prêmio ao salário. O sindicato quer isso de qualquer jeito porque depois podem tirar isso de nós a qualquer momento", disse.
Um novo encontro entre patrões e empregados está marcado para acontecer na tarde de quinta-feira (6), no TRT em Campinas (SP). Até a data, o consórcio Pró-Urbano informou que não se manifestará sobre a greve.
Empresas multadas
Por telefone, o diretor de transportes da Transerp, José Mauro de Araújo, afirmou que o consórcio Pró-Urbano foi notificado na tarde de terça-feira e poderá ser multado nesta quarta-feira, caso a administração municipal considere o serviço prestado insuficiente.
"A Prefeitura está analisando juridicamente quais medidas serão tomadas no âmbito do contrato que existe com o consórcio. As empresas podem ser multadas individualmente se a Prefeitura chegar a essa conclusão", disse Araújo, sem informar o valor da penalidade a ser aplicada.
Por Adriano Oliveira
Do G1 Ribeirão e Franca
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