A Prefeitura de São Paulo decidiu aceitar uma lotação maior dos ônibus nos contratos que serão firmados para os próximos 15 anos.
Além disso, vai alterar a forma de pagamento de viações de ônibus e perueiros para considerar no cálculo a satisfação dos passageiros com os serviços oferecidos.
As mudanças estão previstas em decreto do prefeito Fernando Haddad (PT) publicado ontem e que prevê uma reorganização do transporte coletivo no município.
A medida abre caminho para a publicação do edital da licitação que selecionará os prestadores do serviço a partir do segundo semestre.
As viações de ônibus e perueiros transportam cerca de 9 milhões de passageiros por dia e movimentam perto de R$ 5 bilhões a cada ano.
Pelos últimos contratos, a capacidade de lotação dos ônibus utilizada para programar a quantidade de veículos e de linhas a serem ofertadas tinha como referência um limite de 5 passageiros por m². Agora, a referência será de até 6 passageiros por m².
A prefeitura alega que esse índice anterior estava defasado e que estudos técnicos apontam haver condição de aumentar a capacidade.
Diz que a nova referência já é usada em projetos de metrô e em outros tipos de transporte coletivo pelo mundo.
Argumenta também que, na prática, os ônibus hoje circulam superlotados, com até 8 passageiros por m². Esse número considera passageiros sentados e de pé nos horários mais movimentados.
A nova licitação que será feita pela prefeitura está atrasada. A previsão inicial era que ela fosse lançada no fim de fevereiro, já que os contratos das concessionárias, assinados há dez anos, começam a vencer em julho.
Outra mudança é na forma de remuneração das empresas. Atualmente, elas recebem pelo número de passageiros transportados, mas agora vai entrar no cálculo a qualidade "medida por meio de indicadores de desempenho operacional e pesquisas de satisfação dos usuários".
Também serão considerados investimentos na frota e a atualização tecnológica.
Segundo Ana Odila de Paiva Souza, diretora da SPTrans (empresa municipal), a intenção é forçar as viações a aumentar a qualidade.
O desempenho das empresas vai ser medido principalmente pelo sistema de GPS nos ônibus (que monitora atrasos) e a satisfação dos usuários em pesquisas.
O decreto também abre possibilidade para pagamentos diferentes para linhas dos corredores de ônibus e dependendo do horário. A intenção é diminuir a espera e estimular mais frota de madrugada e finais de semana.
Mudanças nos ônibus de São Paulo
Pagamento
Como é hoje: empresas recebem pelo número de passageiros transportados
Como fica: entram no critério a qualidade dos serviços e os investimentos realizados na frota
Lotação
Capacidade máxima dos ônibus passa de cinco para seis passageiros por m²
Informações: Nossa SP
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