População reclama do aumento no atraso de ônibus do transporte coletivo da cidade, depois de lei sancionada pela presidenta Dilma Rousseff que determina um descanso de no mínimo uma hora para trabalhadores da categoria.
No caso dos motoristas, cobradores, fiscais e despachantes, a hora é fracionada, três paradas de 20 minutos, nos finais de linha, sendo fiscalizada pelo Ministério Público.
Para Hélio Ferreira, diretor financeiro do Sindicato dos Rodoviários da Bahia “nós como representantes da categoria temos que defender que a medida veio para melhorar as condições profissionais da classe, devido às doenças ocupacionais que afetam os motoristas, por isto tem que ter o descanso”.
Em relação às reclamações, Ferreira opina que qualquer mudança causa impacto logo no início. “É assim mesmo até se ajustar”.
Mas grande parte dos motoristas não está contente com este descanso, alegam que estão perdendo até mesmo dinheiro, como foi o caso de José Carlos Oliveira Silva, há 29 anos na profissão. Ele se encontrava no final de linha do Marback esperando os 20 minutos de descanso para fazer a Linha Barroquinha. O Marback é um dos bairros onde a população reclama da demora dos coletivos.
“Está sendo péssimo, a gente está trabalhando uma hora de graça, porque na soma destes 20 minutos forma uma hora, que aumenta a carga horária. Agora mesmo cheguei às 11h e só posso sair às 11h20, já vou pegar engarrafamento por conta do horário. Isto está nos prejudicando e à maior parte da população”, desabafou.
O morador do Marback Alfredo Evangelista, que trabalha em um shopping na Sete Portas, conta que está sendo difícil chegar a sua casa após o expediente de trabalho. “Geralmente pegava o ônibus que passava às 19h, de meia em meia hora, na Sete Portas e por volta das 20h estava em casa. Agora todo dia chego depois das 21h porque os ônibus demoram muito. E depois passa um atrás do outro”, alegou.
A mesma opinião é a do garçom Agelson Correia que disse já ter esperado ônibus em ponto por mais de uma hora. Nos finais de semana, ele diz que a situação ainda é pior.
Entretanto, motoristas e despachantes alegam que a demora dos ônibus nos pontos não é por causa do descanso e sim por conta do engarrafamento, já que acontecem nos horários de pico.
De acordo com o despachante César Avelar, há 18 anos de profissão, “as obras que estão sendo feitas na Rua Heitor Dias (Boca do Rio), onde na pista só passa um ônibus, prejudica o fluxo”.
Avelar explicou que fluxo de chegada e saída continua o mesmo, a diferença é de que há a parada de 20 minutos, e nem todos chegam na mesma hora.
No final de linha de Cosme de Farias, a estudante universitária, Clélia Souza, falou que as piores horas de espera nos pontos são os horários de rush, por volta das 8h e no final da tarde.
“Mas no domingo é triste, este ônibus mesmo que vai para a Barra demora mais de uma hora de relógio. Agora piorou”, desabafa.
Matéria de Noemi Flores, publicada na versão impressa da Tribuna da Bahia.
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