Depois de uma reunião a portas fechadas com representantes das empresas de ônibus, nesta terça, 29, no auditório da Secretaria Municipal de Transportes e Infraestrutura (Setin), o secretário José Matos admitiu a possibilidade de considerar o aumento de tarifa do transporte público em Salvador.
Margarida Neide /AG. A TARDE |
Em janeiro, ele anunciou que a tarifa ficaria congelada, até a conclusão do edital de licitação para abertura de concorrência na concessão das linhas de ônibus, que só deve acontecer em agosto. Mas, nesta terça, declarou que, diante dos atrasos no processo, considera a análise técnica do pleito dos empresários.
A reportagem fez um levantamento e constatou que, se o pedido do Sindicato das Empresas de Transporte Público de Salvador (Setps) for atendido integralmente (tarifa a R$ 3,15), as empresas arrecadariam R$ 23,4 milhões a mais por mês – R$ 15,6 milhões com a tarifa integral (cerca de 24 milhões/mês) e R$ 7,8 milhões com as meias-passagens (cerca de 12 milhões/mês). Os dados sobre o volume de passagens é do próprio Setps.
No caso de uma majoração na tarifa urbana para R$ 2,90, a arrecadação a mais seria de R$ 14,4 milhões/mês. Quando o cálculo é feito sobre um aumento na tarifa para R$ 2,70, a arrecadação das empresas vai para R$ 7,2 milhões/mês. O Setps alegou ter, somente com o aumento obtido pelos rodoviários, uma alta de despesas de R$ 5,9 milhões – valor que seria coberto em todas as simulações (R$ 17,5 milhões a mais na tarifa a R$ 3,15; R$ 8,5 milhões a mais para R$ 2,90; e R$ 1,3 milhão a mais para a tarifa a R$ 2,70).
Gratuidade - O superintendente do Setps, Horácio Brasil, alertou que nove milhões de acessos aos ônibus, todos os meses, não geram receita, por conta da gratuidade: “São militares, policiais civis, oficiais de justiça, carteiros, idosos, entre outros. Quem paga a tarifa integral é que cobre isso. Esta é a perversidade da coisa”. Ainda de acordo com a análise do superintendente, a cada três coletivos que circulam em Salvador, um deles “roda de graça”. O representante do Setps disse que, agora, aguarda um posicionamento da prefeitura.
A assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Transportes e Infraestrutura informou que a análise de técnicos quanto ao pedido de aumento, feito oficialmente nesta terça pela manhã, deve ocorrer até o final desta semana, quando o secretário deverá informar os usuários a decisão. A Setin informou, ainda, que está analisando as situações de defasagem no valor da tarifa e os custos apresentados pelas empresas. Em dezembro do ano passado, o Setps fez pedido de reajuste para R$ 3, negado pela prefeitura.
As empresas são permissionárias, mas sem contratos formais. Após a publicação do edital de licitação, que deve ocorrer em agosto, serão 45 dias para as propostas, e de três a quatro meses para a divulgação do resultado, caso não haja recursos.
Fonte: A Tarde Online
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