A previsão da renovação da frota dos ônibus que circulam em Niterói em 40%, nos próximos cinco anos, num primeiro momento, trará benefícios à cidade. Como divulgou a prefeitura nesta semana, são veículos modernos, menos poluentes, mais confortáveis e equipados com sistemas de ar- condicionado e que, a partir de julho, já começam a circular. Entretanto, esse conforto não estará ao alcance de todos. Além de terem o direito de cobrar tarifas mais altas nos coletivos considerados especiais, as empresas podem negar a gratuidade, como já faz a maioria que circula no município e as responsáveis por trajetos intermunicipais.
Quem depende do passe livre relata dificuldades
A Justiça autorizou, no mês passado, que os idosos não sejam impedidos de andar nos ônibus de Niterói e região se estiverem sem o Rio Card, apenas portando o documento de identidade. A decisão foi proferida a partir de uma ação civil pública de 2008, movida pelo Ministério Público do Rio de Janeiro com base em uma denúncia feita pelo Conselho Comunitário da Orla da Baía (Ccob). Nas ruas, os idosos dizem que entrar ou não sem o Rio Card costuma depender da boa vontade dos motoristas.
A Justiça autorizou, no mês passado, que os idosos não sejam impedidos de andar nos ônibus de Niterói e região se estiverem sem o Rio Card, apenas portando o documento de identidade. A decisão foi proferida a partir de uma ação civil pública de 2008, movida pelo Ministério Público do Rio de Janeiro com base em uma denúncia feita pelo Conselho Comunitário da Orla da Baía (Ccob). Nas ruas, os idosos dizem que entrar ou não sem o Rio Card costuma depender da boa vontade dos motoristas.
Mas as principais reclamações são sobre os ônibus que não concedem a gratuidade: os rodoviários; de uma porta só; e os que têm ar-condicionado. Os relatos sobre longas esperas motivaram outra denúncia que acaba de ser encaminhada ao MP.
O superintendente do Sindicato das Empresas de Transporte Rodoviário do Estado do Rio de Janeiro (Setrerj), Márcio Barbosa, alega que a entidade ainda não foi notificada pela Justiça quanto à decisão sobre a gratuidade sem o Rio Card:
— Assim que recebermos a notificação, vamos encaminhar ao departamento jurídico para que sejam avaliadas as providências necessárias. Quanto a liberar ou não a gratuidade em ônibus de uma porta, por enquanto, é uma decisão empresarial.
A aposentada Olga Rebello, de 81 anos, conta que em seu bairro circulam muitos micro-ônibus e que, às vezes, chega a perder de três a quatro conduções porque eles não aceitam a gratuidade. Ela lamenta, também, o fato de não coneguir viajar em ônibus rodoviários que fazem o trajeto Niterói-Rio:
— O idoso só tem vez nos piores ônibus. Conforto, só pagando. O pior nem é isso. Triste é ficar esperando um tempão para pegar uma condução. A gente fica no ponto vendo outras pessoas que vão para o mesmo lugar viajando na frente. Não existe prioridade.
O presidente da Niterói Transporte e Trânsito (NitTrans), Sérgio Marcolini, confirma que os novos ônibus que entrarão em circulação — 50 por ano, como prevê com o novo contrato de concessão de 20 anos, firmado com dois consórcios compostos pelas mesmas empresas que já atuam na cidade — estarão na categoria “especial”.
— A princípio esses ônibus não darão direito à gratuidade. Mas eu acredito que daqui a cinco anos, quando a frota for renovada em 40%, essa questão prevista em lei deve ser revista. O ideal é que todos os ônibus em Niterói sejam nesse padrão de conforto, dando o direito à gratuidade.
Responsável por fiscalizar os ônibus intermunicipais, o Detro revela que já multou a maioria das empresas que operam em Niterói por descumprirem a norma de colocar para circular mais ônibus urbanos do que rodoviários. A prefeitura não respondeu os questionamentos sobre a fiscalização das linhas municipais.
Fonte: Extra Online
0 comentários:
Postar um comentário