A greve dos funcionários do Metrô de São Paulo, deflagrada na madrugada desta quarta-feira, provoca uma manhã de transtornos para o paulistano. O trânsito bateu o recorde histórico da manhã, e passageiros revoltados com a situação entraram em confronto com a polícia.
Mas a paralisação não atinge todas as estações e linhas. Segundo o Metrô, a linha 1-azul opera entre as estações Ana Rosa e Luz, a linha 2-verde opera entre a Ana Rosa e Clínicas, e a linha 3-vermelha funciona entre as estações Bresser-Mooca e Santa Cecília --todas com velocidade reduzida e maior intervalo de espera.
As linhas 5-lilás e 4-amarela --que é operada por concessionária privada-- funcionam normalmente, mas também com velocidade reduzida.
As operações em todos as linhas começaram atrasadas em decorrência da greve. Normalmente elas começam às 4h40, mas hoje os primeiros trens só deixaram as estações depois das 5h: a linha 5 começou às 5h10, seguida da linha 2 às 5h20, linha 1 às 5h30 e linha 3 às 6h17. A linha 4 começou às 4h40.
Segundo o Metrô, a operação está sendo realizada com funcionários que não aderiram à greve e com seu quadro administrativo, que foi deslocado e está atuando nas estações e bilheterias.
Em nota, o Sindicato dos Metroviários afirma que o Metrô está tentando operar o sistema "de forma precária, utilizando o seu quadro de supervisores, que não são completamente habilitados para as funções exigidas. Essa é uma política irresponsável da empresa que coloca em risco, inclusive, a segurança dos usuários".
As linhas 11-coral e 12-safira da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), que ligam o centro a cidades da região metropolitana, também estão paradas nesta manhã.
CONFRONTO
A SPTrans (empresa que gerencia os ônibus), acionou o Paese (Plano de Atendimento entre Empresas de Transporte em Situação de Emergência), com ônibus gratuitos para atender os usuários do metrô nos trechos com estações fechadas.
Além disso, algumas linhas que operam com destino às estações de metrô foram estendidas até a região central, segundo a empresa.
Com a greve, o sistema de ônibus ficou sobrecarregado e os veículos deixam os pontos superlotados desde o início da manhã. Revoltados com a situação, passageiros fecharam a Radial Leste, uma das principais vias da zona leste, entre as estações Itaquera e Artur Alvim da linha 3-vermelha, que não abriram.
Os pneus de alguns ônibus foram furados para impedir o tráfego na via. Para dispersar o grupo, a Polícia Militar usou bombas de efeito moral nos manifestantes. Ao menos duas pessoas foram detidas e uma mulher ficou ferida.
Outro protesto foi realizado na frente da estação Jabaquara da linha 1-azul, que amanheceu fechada. Passageiros juntaram uma pilha de papelão e jornais e colocaram fogo no material.
TRÂNSITO
Por causa da greve, o rodízio de veículos foi suspenso. Hoje estariam impedidos de circular os veículos com placas de final 5 e 6 das 7h às 10h e das 17h às 20h.
Às 10h a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) registrou 249 km na cidade, recorde de congestionamento no período da manhã. Com isso, foram superados os 191 km registrados em 4 de novembro de 2004, quando houve uma forte chuva e diversos alagamentos pela cidade.
A previsão da companhia é de que o trânsito continue piorando nesta quarta-feira.
NEGOCIAÇÃO
Os metroviários marcaram para as 12h uma nova assembleia, que vai definir se a greve da categoria continua ou não.
Ontem, após uma audiência na Justiça do Trabalho, a desembargadora Anélia Li Chum decidiu que os funcionários deveriam manter 100% do efetivo nos horários de pico (das 5h às 9h e das 17h às 20h) e 85% nos demais horários.
Em caso de descumprimento, foi estipulada multa diária de R$ 100 mil. Ontem mesmo o sindicato disse que a a decisão não seria cumprida.
A desembargadora ainda proibiu a liberação das catracas --uma das propostas da categoria para a greve.
Na manhã de hoje, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse em entrevista ao "Bom Dia Brasil", da TV Globo, que "a população está sendo cruelmente punida por um grupelho radical que descumpre ordem judicial".
Na audiência na Justiça do Trabalho, o Metrô ofereceu aumento real de 1,5% e 4,15% de correção, enquanto os funcionários pedem 5,37% de correção e 14,99% de aumento real.
Fonte: Folha Online / Imagens : Rivaldo Gomes/Folhapress
1 comentários:
Olá. Parabéns pelo blog. Descobri sem querer e gostei do que vi. Como usuário de ônibus aqui em Novo Hamburgo/RS tenho muitas reclamações. Gostaria de saber onde tu consguiste este template. Se puder me mostar o caminho agradeço. Obrigado
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