Internautas que responderam à enquete do portal da Assembleia Legislativa entendem que, para melhorar a mobilidade urbana, o poder público deve priorizar vias de acesso para o transporte coletivo e a construção de ciclovias. Essa a opinião de 51% dos participantes, enquanto 44% apontaram o investimento na ampliação e qualidade dos transportes coletivos como a melhor alternativa. Apenas 4,3% dos participantes da enquete publicada entre os dias 16 e 23 de abril concordaram com a redução da circulação de veículos em horários e áreas predeterminadas.
Para o deputado Heitor Férrer (PDT), presidente da Comissão de Viação, Transporte e Desenvolvimento Urbano, esse resultado demonstra uma clara percepção do problema da mobilidade urbana, agravada sobremaneira nos últimos anos, por conta do aumento da frota de veículos particulares.
A resultante do incremento do número de veículos, na opinião do parlamentar são vias supersaturadas, principalmente nos horários de pico, transformando o deslocamento diário em um sofrimento para todos, principalmente para os que dependem de transporte coletivo. O deputado também defende mais investimentos para o transporte coletivo, fazendo que o serviço seja atraente ao proprietário do veículo particular.
O deputado Paulo Facó (PTdoB) pondera que é preciso tornar o transporte público mais eficiente e confortável. Ao mesmo tempo, oferecer condições para que as pessoas possam se deslocar pelas vias de bicicleta e com segurança. Ele defendeu ainda a instalação de semáforos inteligentes, que não obriguem os motoristas a parar em cada cruzamento, por conta da falta de sincronismo entre os equipamentos.
O presidente da Autarquia Municipal de Trânsito (AMC) de Fortaleza, Fernando Bezerra, afirmou que em termos de transporte coletivo, a cidade está muito atrasada. Ele salientou que o metrô de Londres foi construído em 1898 e o de Buenos Aires em 1908. No Brasil, conforme ele, esta modalidade só foi implantada nos anos 1980, no Rio de Janeiro e em São Paulo. Em Fortaleza, a primeira linha somente agora está em fase de conclusão. Mesmo assim não pode nem sequer ser considerado com um autêntico metrô, na sua avaliação.
“A Linha, ligando o Centro ao Município de Maracanaú não irá reduzir em nada a utilização do veículo individual, pois está somente substituindo uma ferrovia que já existia”, salientou Fernando Bezerra. Ele explicou ainda que, por decisões equivocadas de administrações passadas, reduziu-se a prioridade dos transportes coletivos. Lembrou que em diversas avenidas havia faixas exclusivas para ônibus, que foram paulatinamente sendo desarticuladas, elevando em muito o tempo do percurso, provocando engarrafamentos e o desconforto dos passageiros.
Fernando Bezerra considerou praticamente inviável o alargamento as atuais vias de transportes nos trechos onde o tráfego está mais saturado, por conta do forte adensamento populacional. Mas salientou que é meta elevar o número de corredores exclusivos de transportes coletivos, iniciando pela avenida Bezerra de Menezes.
Fonte: Assembléia Legislativa
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