Em audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), realizada nesta tarde de terça-feira (14), o desembargador Altino Pedrozo dos Santos propôs um reajuste de 8,5% e vale-alimentação de R$ 200 para motoristas e cobradores de ônibus. Como a proposta não atende por completo a reivindicação da categoria, que está em greve desde o início do dia, o Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc) deve levá-la para a aprovação dos demais trabalhadores, que realizam assembleia às 18 horas.
Antes de o desembargador formalizar a proposta do TRT, as empresas de transporte apresentaram uma oferta de reajuste de 8% e R$ 180 de vale-alimentação. Segundo a assessoria de imprensa do Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp), entretanto, as empresas aceitaram aumentar o vale para R$ 200, mas não abriram mão do aumento de 8%. Como não houve acordo a respeito dos valores com as empresas e os trabalhadores não se contentaram com a proposta do TRT, uma nova audiência foi marcada para às 11 horas desta quarta-feira (15). A categoria pede 40% de reajuste nos salários e R$ 300 de vale-alimentação.
O dissídio coletivo de greve também estabeleceu um acordo entre a categoria e as empresas de ônibus a respeito da quantidade de veículos que devem circular a partir de amanhã caso a proposta apresentada pelo TRT não seja aceita pelos trabalhadores. A partir das 5 horas desta quarta-feira (15), os veículos devem voltar a circular pela cidade. De acordo com determinação do Tribunal, 70% da frota deve transitar em horários de pico - das 5h às 8h30 e das 17h às 19h3, passando para 50% nos demais horários. Caso a decisão não seja cumprida, o Sindimoc pode ser penalizado com multa diária de R$ 100 mil.
Nesta terça-feira (14), primeiro dia de greve, nem mesmo os 30% estabelecidos por lei foram respeitados. Desde as primeiras horas da manhã, nenhum ônibus estava circulando pela cidade, apesar de a Justiça ter expedido uma liminar ainda de madrugada, determinando que pelo menos 80% dos ônibus deveriam trafegar nos horários de pico, reduzindo para 60% nos demais horários. Como a Justiça ainda não tinha estabelecido a punição em caso de descumprimento, nem o mínimo exigido pela legislação foi respeitado, causando transtorno a quem depende do transporte coletivo e confusão no trânsito.
De acordo com o diretor do Sindimoc, Vanderlei Portela, a entidade está tentando "descaracterizar" a liminar expedida de madrugada por "ter sido emitida pela Justiça comum, não pela Justiça do Trabalho". A justificativa dada pelo Sindimoc para não cumprir os 30% estabelecidos em lei e os 80% determinados em liminar é de que a entidade não tem conhecimento sobre as linhas prioritárias e a quantidade total dos ônibus que circulam na cidade. Para não haver confusões desse tipo nesta quarta-feira, a Urbanização de Curitiba (Urbs) se comprometeu a enviar ao sindicato uma tabela com os horários e linhas que devem ser respeitados.
Informações: Paraná Online
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