Desde o dia 1º de novembro quando teve início a obrigatoriedade da utilização do cartão eletrônico para outras 21 linhas de ônibus, os usuários do transporte coletivo, em Campo Grande, estão com dificuldades para conseguir comprar o passe individual, conhecido como Peg-Fácil. Os passageiros reclamam que não existem pontos de venda nos bairros; não está mais sendo comercializado o cartão individual dentro dos ônibus e que na região central é difícil encontrar os locais. A aposentada, Aida Maria Martins, 62 anos, contou que na semana passada perdeu dois ônibus e teve que caminhar por pelo menos um quilômetro, o que representa nove quadras, até encontrar um ponto de venda do cartão na Rua Bahia, próximo a Avenida Mato Grosso. Ela havia saído da Agência do Banco do Banco do Brasil, situada na Avenida Coronel Antonino.
Foto: BRUNO HENRIQUE/CORREIO DO ESTADO |
"Eu fui até o Banco do Brasil na Avenida Coronel Antonino e ao ir embora tentei pegar dois ônibus que solicitaram o cartão. Eu não tinha e também nem sabia que a exigência tinha passado para linhas de ônibus não articulado. Tive que descer a pé em busca do passe eletrônico", contou. A medida foi implantada no dia 26 de agosto desse ano, mas apenas 45 veículos articulados estavam exigindo a utilização do Peg-Fácil atingindo um universo de 45 mil passageiros, 15% do total de 300 mil usuários de transporte coletivo na Capital. Hoje, com a inclusão de novas linhas no sistema o número de usuários atingidos passou para 195 mil, o que representa 65% da demanda total diária da cidade.
Empresas
A Associação das Empresas de Transporte Urbano de Campo Grande (Assetur), justificou a medida alegando que a extinção do dinheiro no ônibus afugentaria os assaltantes que constantemente roubavam o dinheiro do caixa ameaçando cobradores, motoristas e até mesmo usuários. Após a implantação do novo sistema a Assetur já constatou queda de mais de 60% no numero de assaltos a ônibus.
"Eu até acho que a existência do cartão realmente diminuí os assaltos, mas a empresa deveria facilitar nossa vida também", disse Maria do Carmo Silva. Através da assessoria de imprensa a Assetur informou que existem mais de mil pontos de venda do cartão Peg-Fácil espalhados por Campo Grande, inclusive, nos bairros. Já com relação a venda dentro a assessoria ressaltou que em cumprimento à exigência do Ministério Público Estadual (MPE) cada motorista dispõe de dez cartões para venda.
Além de não conseguirem encontrar pontos de venda do cartão Peg-Fácil os usuários do transporte coletiva ainda estão com dificuldades para adquirir a passagem nos dois terminais localizados no entorno da Praça Ary Coelho, na região central de Campo Grande. Eles reclamam da demora no atendimento que acaba resultando em fila e faz com que alguns usuários percam o ônibus.
"Existe só um terminal e uma pessoa para atender. Isso faz com que se forme fila e demore o atendimento. Já perdi o ônibus ao chegar aqui", disse o repositor de alimentos, Gilmar Sales Fernandes, 24 anos, que reside no Bairro Mata do Jacinto. Ele e outros usuários que estavam na fila na manhã de ontem propuseram que a Associação das Empresas de Transporte Urbano de Campo Grande (Assetur) instale pelo menos mais dois terminais de venda no local até porque eles também servem para recarga de cartões.
Fonte: Correio do Estado
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