Promotores do Ministério Público de Mato Grosso, Clóvis de Almeida Júnior e Domingos Sávio reprovam a maneira como o Governo de Mato Grosso tem se movimentado em relação à construção do VLT em Cuiabá e Várzea Grande para a Copa do Mundo de 2014.
A construção do VLT em Cuiabá e Várzea Grande virou assunto nacional nesta semana, após denúncia do jornal O Estado de São Paulo, que acusa o Ministério das Cidades de fraudar documentação para a construção do VLT em restrição ao BRT.
De acordo com o jornal, o Ministério enviou o "parecer técnico" favorável ao VLT com o mesmo número de páginas do contrário ao modal, além do documento possuir a mesma numeração oficial (nota 123/2011) do parecer do BRT. Para o promotor Clóvis de Almeida Júnior, o Governo do Estado é o principal responsável pelas denúncias de fraudes em documentações para a aprovação do VLT. “O que interessa é que essa pressa em realizar uma obra causa problemas. O que está acontecendo agora é fruto de todo esse atropelo”.
Em setembro, durante audiência pública realizada pela Assembleia Legislativa para discutir qual dos dois modais seria o melhor para Mato Grosso, o promotor Domingos Sávio de Arruda declarou que o Executivo estadual precisa priorizar investimentos em outras áreas, antes de efetuar um gasto de R$ 1,2 bilhão no modal de transporte para a Copa do Mundo.
“Nós, no estado de Mato Grosso, com tantas carências em saúde, segurança pública, educação, moradia, nós não podemos nos dar ao luxo de colocar um sistema dessa natureza em meio a tantos problemas. Nós teríamos uma joia em Cuiabá em meio a um Estado espatifado, falido, sem qualquer obra de cunho social que possa contemplar os reais interesses da sociedade matogrossense como um todo”, disparou o promotor.
Presidente da Assembleia Legislativa e um dos principais apoiadores do VLT em Mato Grosso, o deputado estadual José Riva (PSD) alega que a necessidade de investimento nas demais áreas públicas não impede o estado de gastar um valor bilionário no transporte urbano da região metropolitana, até porque, segundo o deputado, a diferença de valores entre os dois modais é mínima.
“Os gastos com infraestrutura urbana seriam os mesmos para BRT ou VLT. Por exemplo, são necessárias obras viárias na Prainha, melhorar a Avenida da FEB. Tudo isso é necessário para implantar um ou outro. O que estão fazendo é incorporar infraestrutura no VLT e não incluí-la no BRT. A diferença não é essa”.
Em relação às denúncias de fraudes em documentação, o Ministério das Cidades enviou comunicado à imprensa, por meio de nota, garantindo que não existiram irregularidades e que o projeto do VLT foi aprovado em regime colegiado. O Ministro Mário Negromonte afirma que as acusações são fruto da vontade de enfraquecer o governo Dilma Rousseff (PT). O Ministério se comprometeu em abrir sindicância para apurar o caso.
Fonte: André Anelli PnB Online
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