Apresentado na Câmara Municipal de Salvador no último mês de julho, o projeto do sistema cicloviário da capital baiana segue na Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder) a espera de recursos para finalmente sair do papel. Orçadas em R$ 40 milhões, a obra tem início previsto para 2012 e duração de dois anos.
O projeto, que prevê a instalação dos 188 quilômetros de malha cicloviária em Salvador, foi dividido em três etapas. A primeira contempla a orla da cidade e integra a capital baiana com Lauro de Freitas, onde serão construídos outros 60 quilômetros de ciclovia. Nessa etapa inicial, toda a estrutura voltada para os ciclistas, que já existe na região de borda da capital baiana será requalificada, incluindo ainda a construção de ciclofaixas e bicicletários.
A segunda etapa engloba o Centro Histórico de Salvador, onde se estuda a implantação de um plano piloto de bicicletas públicas, assim como ocorre em Paris, na França, e em Santiago, no Chile. Nessas localidades, os habitantes pagarão uma taxa e terão o direito de trafegar com bicicletas cedidas pelo Governo do Estado. A prática é considerada uma solução viável para aqueles que não possuem meio de transporte próprio e também não podem arcar com a passagem cobrada pelos veículos de transporte coletivo.
A terceira e última parte do projeto segue da Avenida Luis Viana Filho (Paralela) em direção ao centro da cidade. As principais estações de transbordo da capital baiana, como Iguatemi, Lapa, Pirajá e Mussurunga, bem como os pontos de acesso ao metrô e terminal náutico, serão interligadas às ciclovias como parte de um plano de integração entre transportes.
Além de apresentado na Câmara Municipal, o projeto que prevê a construção de ciclovias em Salvador também conta com uma lei de autoria do vereador Gilmar Santiago (PT) e já sancionada pelo prefeito João Henrique. A legislação institui diretrizes para a implantação de ciclovias, ciclofaixas, faixas compartilhadas, rotas operacionais de ciclismo e locais específicos para estacionamento como parte de um esquema de transporte voltado à mobilidade urbana sustentável, normatizando o plano de construção do sistema cicloviário confeccionado pela Conder.
A medida determina também que os terminais e estações de transportes de passageiros, edifícios públicos, escolas, shoppings e outros locais de grande concentração de pessoas se adéquem implantando meios que facilitem o acesso dos ciclistas, grande reivindicação de quem costuma se locomover pela cidade com uma bicicleta.
Perfil - Encomendada pela Coder, uma pesquisa piloto revelou o perfil dos ciclistas de Salvador. Conforme o estudo, existe a predominância do sexo masculino entre os que utilizam a bicicleta como meio de transporte (a maioria com idade entre 18 e 35 anos). Boa parte dos ciclistas está empregada nas áreas do comércio, serviços e construção civil, com renda de até um salário mínimo.
Ainda segundo a pesquisa, entre as motivações para a utilização da bicicleta nas vias urbanas da capital baiana, destacam-se o preço elevado das passagens de ônibus, a insuficiência das linhas existentes e ainda o fato das viagens serem mais curtas e rápidas. Os que não utilizam a bicicleta justificaram o perigo no trânsito e a pavimentação inadequada das vias de tráfego.
Fonte: Tribuna da Bahia
1 comentários:
É uma lástima! Ciclovias são importantes cada dia mais nas nossas cidades. Recife tem um sistema cicloviário pequeno demais e que tem condições de se expandir de Zona Norte a Zona Sul. Se o governo se interessar mais, isso fica interessante!
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