Se o transporte coletivo no Distrito Federal é ruim e caro, nas cidades goianas que cercam Brasília a situação é ainda pior. Lá, os ônibus têm, em média, 11 anos e oito meses. As passagens chegam a custar R$ 4,85 e o serviço, assim como na capital da República, é marcado pela ineficiência. Veículos lotados, descumprimento dos horários e problemas mecânicos interrompem as viagens diariamente. No Entorno, a fiscalização e a regulamentação do sistema são responsabilidade da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), órgão do Executivo federal que, a exemplo do governo do DF, tem sido omisso aos longo dos últimos anos. Resultado: em solo goiano ou candango, a população é refém do descaso.
Foto: Blog Rede Integrada de Transp. Coletivo |
No Entorno, há veículos com 26 anos de uso que seguem transportando passageiros ao DF. A operação é feita pelas seguintes empresas: Viação Anapolina, Taguatur, Santo Antônio, Vastur e Rápido Planaltina. “A sensação é que os ônibus estão derretendo, de tão velhos. Aqui, o máximo que eles fazem é trocar as sucatas por veículos menos velhos”, ironiza o mecânico Daniel Davi Silva, 28 anos, morador do Jardim Ingá, bairro de Luziânia. A mulher dele, a estudante Pollyana Alves da Silva Borges, 16, lista outras falhas do sistema. “Os ônibus demoram muito. Daqui para Taguatinga só passa um por hora. E o preço é caro demais”, opina.
No que diz respeito a idade dos veículos, segundo os usuários goianos, a situação do Distrito Federal é melhor do que a realidade do Entorno. A auxiliar de costura Alzira Maria Silva Vicente, 31 anos, paga R$ 4,25 para percorrer o trajeto entre Luziânia e Brasília, em ônibus velho e superlotado. Desembolsando R$ 7,40, ela embarca em um ônibus executivo e consegue fugir do caos. Mas esse é um luxo caro demais para ela e, com certeza, para centenas de trabalhadores que vivem em municípios vizinhos e ganham a vida na capital federal. “É complicado. Aqui ou em Brasília, a gente só anda em pé e espremida por causa da superlotação. As empresas também não respeitam os horários. Eu mesmo saio de casa às 6h da manhã para começar a trabalhar às 8h”, relata.
Sem licitação
Assim como em Brasília, as linhas do Entorno nunca foram licitadas pela ANTT. A agência também não faz restrição quanto ao tempo de uso dos veículos que as empresas colocam nas ruas para transportar os passageiros. Por meio da assessoria de imprensa, o órgão informou que as fiscalizações são feitas quinzenalmente e que o Plano de Outorga dos Serviços de Transporte Rodoviário Interestadual de Passageiros Longa Distância deve ser concluído pelo Ministério dos Transportes ainda neste semestre (leia Para saber mais).
Sobre os problemas relatados pelos usuários, a ANTT assegura que as ações de controle contam com o apoio das polícias Rodoviária Federal e Militar de Goiás e da Superintendência Municipal de Transportes do estado. As equipes fazem bloqueios e vistoriam as condições dos equipamentos de segurança — como para-brisa, pneus, extintor de incêndio, entre outros —, documentos de porte obrigatório, tais como o Certificado de Licenciamento e Registro de Veículos, quadro de tarifas e carteira de motorista, além de verificar o quantitativo de pessoas transportadas no veículo.
Presidente do Sindicato dos Rodoviários do Entorno, Reinan Ferreira Rocha diz que os veículos são antigos, mas ressalta que a malha viária precária é outro sério problema. “Algumas empresas têm renovado a frota, mas ainda temos uma situação preocupante. Qual é o empresário que vai colocar ônibus novo para andar em via sem asfalto e cheia de buraco?”, questiona.
No que diz respeito a idade dos veículos, segundo os usuários goianos, a situação do Distrito Federal é melhor do que a realidade do Entorno. A auxiliar de costura Alzira Maria Silva Vicente, 31 anos, paga R$ 4,25 para percorrer o trajeto entre Luziânia e Brasília, em ônibus velho e superlotado. Desembolsando R$ 7,40, ela embarca em um ônibus executivo e consegue fugir do caos. Mas esse é um luxo caro demais para ela e, com certeza, para centenas de trabalhadores que vivem em municípios vizinhos e ganham a vida na capital federal. “É complicado. Aqui ou em Brasília, a gente só anda em pé e espremida por causa da superlotação. As empresas também não respeitam os horários. Eu mesmo saio de casa às 6h da manhã para começar a trabalhar às 8h”, relata.
Sem licitação
Assim como em Brasília, as linhas do Entorno nunca foram licitadas pela ANTT. A agência também não faz restrição quanto ao tempo de uso dos veículos que as empresas colocam nas ruas para transportar os passageiros. Por meio da assessoria de imprensa, o órgão informou que as fiscalizações são feitas quinzenalmente e que o Plano de Outorga dos Serviços de Transporte Rodoviário Interestadual de Passageiros Longa Distância deve ser concluído pelo Ministério dos Transportes ainda neste semestre (leia Para saber mais).
Sobre os problemas relatados pelos usuários, a ANTT assegura que as ações de controle contam com o apoio das polícias Rodoviária Federal e Militar de Goiás e da Superintendência Municipal de Transportes do estado. As equipes fazem bloqueios e vistoriam as condições dos equipamentos de segurança — como para-brisa, pneus, extintor de incêndio, entre outros —, documentos de porte obrigatório, tais como o Certificado de Licenciamento e Registro de Veículos, quadro de tarifas e carteira de motorista, além de verificar o quantitativo de pessoas transportadas no veículo.
Presidente do Sindicato dos Rodoviários do Entorno, Reinan Ferreira Rocha diz que os veículos são antigos, mas ressalta que a malha viária precária é outro sério problema. “Algumas empresas têm renovado a frota, mas ainda temos uma situação preocupante. Qual é o empresário que vai colocar ônibus novo para andar em via sem asfalto e cheia de buraco?”, questiona.
Fonte: Correio Braziliense
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