O novo sistema de recarga do Bilhete Único completa um mês nesta semana e os usuários do Metrô ainda encontram dificuldades para utilizar o serviço dentro das estações. Em várias delas, as máquinas automáticas que substituíram as cabines de atendimento estão com um cartaz indicando "fora de sistema" ou apresentam alguma falha na hora da recarga. Onde ainda existe bilheteria, o jeito é enfrentar longas filas, principalmente em horário de pico. Onde não há, o passageiro precisa sair da estação ou comprar bilhete unitário e ficar sem a vantagem da passagem integrada.
O professor de judô Rosimar de Carvalho, de 46 anos, surpreendeu-se ao encontrar inoperantes duas das três máquinas de recarga eletrônica da Estação Sé, no Centro, por onde passam cerca de 700 mil pessoas por dia. A única em operação estava disponível apenas para ver saldo e recarregar vale-transpote (fornecido pela empresa), que não era o caso do professor. Ele saiu no prejuízo, pois, para chegar ao seu destino, teria de pagar integralmente a passagem de ônibus na sequência. Rosimar considera um absurdo o Metrô ter desativado as cabines para recarga antes de fazer o novo serviço funcionar corretamente. "Todas estão com problema, não dá para entender."
Na Estação Ana Rosa, na Zona Sul, que também perdeu a bilheteria para recarga de cartão, as duas máquinas eletrônicas estavam sem sistema a semana passada toda. A vendedora Greiciana Vitorino, de 22 anos, foi aconselhada pela atendente a procurar uma lotérica do lado de fora, mas preferiu enfrentar a fila para comprar o bilhete unitário, mesmo perdendo o desconto na segunda condução.
Na Estação Consolação, no Centro, as duas máquinas estavam sem sistema, mas ainda há cabines com duas atendentes. O DIÁRIO entrou na fila e levou sete minutos para ser atendido, mesmo às 11h, fora de horário de pico.
Em operação desde 23 de agosto, os novos equipamentos possibilitam a consulta de saldo e a recarga, mediante pagamento em dinheiro ou cartões de débito. Mas, na Estação Paraíso, na Zona Sul, as máquinas estavam funcionando apenas para a opção cartão. A vendedora Elisângela Souza, de 30 anos, tentou fazer a transação em dinheiro e não conseguiu na quinta-feira. "A gente tem Bilhete Único para facilitar e não consegue carregar dentro do próprio Metrô. Aí não adianta", falou ela, indignada porque teve de pagar o valor integral para entrar na estação. Elisângela tinha acabado de descer do ônibus e, caso tivesse crédito no cartão, pagaria R$ 1,49, em vez de R$ 2,90.
Cercada de universidades, a Estação São Joaquim, na área central, também apresenta constantemente problemas nas máquinas e as filas ficam imensas para a compra do passe unitário, principalmente à noite. Na nova Estação Luz, ainda não há como carregar o Bilhete Único.
Serviço normalizado até o fim do mês, garante Metrô
O Metrô esclarece que o prazo para a total implantação do novo sistema se estende até o final de setembro. As quatro empresas que passaram a comercializar os créditos eletrônicos do Bilhete Único nas estações estão ainda instalando seus equipamentos e fazendo algumas adaptações, segundo o Metrô, com a finalidade de proporcionar aos passageiros um serviço estruturado, capaz de atender à demanda.
O Metrô garante que as empresas contratadas vão normalizar os atendimentos até o fim deste mês. Até lá, recomenda que o usuário faça suas recargas antecipadamente nas estações com o sistema ativo ou nos mais de 6 mil pontos de recarga. A relação completa é encontrada no site www.metro.sp.gov.br ou na Central de Informações do Metrô, pelo telefone 0800 7707722.
As recargas podem ser feitas, por exemplo, nas casas lotéricas. O DIÁRIO ligou em dez delas, duas em cada região, que confirmaram estar com o sistema funcionando normalmente na quinta-feira.
O Metrô afirma que o novo sistema permitirá ampliar e melhorar os serviços. Quando o processo estiver concluído, haverá aumento de pontos assistidos (com monitoras) de carga e recarga do Bilhete Único (de 70 para 80), das máquinas de atendimento automático (de 23 para 182) e dos equipamentos de recarga automática (de 254 para 353).
Diário de São Paulo
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