Novo trem da Linha 15-Prata do Metrô de SP chega ao Brasil *** Goiânia é a cidade que mais construiu ciclovias em 2024 no Brasil *** Em Fortaleza, Cartão Bilhetinho garante gratuidade para mais de 51 mil crianças *** No DF, Mais 171 linhas de ônibus deixam de receber pagamento em dinheiro *** Novo modelo de ônibus elétrico, 2 toneladas mais leve, é testado em Porto Alegre *** Metrô do Recife dá um passo a frente para a privatização *** GDF pretende renovar a frota de metrô com investimento de R$ 900 milhões *** Conheça nossa página no Instagram

Falta de mobilidade urbana faz São Paulo andar à 11km/h

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

O motorista que trafega pelas principais avenidas da região nos horários de pico dificilmente ultrapassa a velocidade média de 11 km/h. Para chegar a esta média, a equipe do Diário passou por quatro corredores de grande movimento durante quatro dias da semana, sempre por volta das 7h. Durante o período, foram percorridos 46 quilômetros em aproximadamente quatro horas.

O pior caminho encontrado pela equipe de reportagem foi o corredor entre Santo André e Mauá, que compreende as avenidas Edson Danilo Dotto, Coronel Alfredo Fláquer (Perimetral), Santos Dumont, João Ramalho e Capitão João. Na quarta-feira, o corredor, que já é conhecido pela lentidão, ficou ainda mais devagar. Um caminhão teve pane mecânica e parou na pista expressa próximo ao acesso da Perimetral à Avenida Dom Pedro II, sentido Paço. A obstrução de uma faixa parou o tráfego até a divisa com Mauá. Motoristas informaram que demoraram cerca de duas horas para passar de município a outro, trecho de 13 quilômetros.

O analista de sistemas Wellington Melito, 31 anos, demorou 20 minutos para percorrer aproximadamente 800 metros. Além do estresse, os engarrafamentos proporcionam outros danos à saúde. "Para passar o tempo, alimento o meu vício do cigarro", brincou.

Em toda a extensão do congestionamento, não foram vistos agentes de trânsito da Prefeitura para orientar os condutores.

Outra via problemática é o Corredor ABD. O pior trecho é na altura da Avenida Lions, que passa por obras de rebaixamento, em São Bernardo. Para ir de Santo André até a Rodovia dos Imigrantes, em Diadema, foram necessários 40 minutos. O trecho é de dez quilômetros. Em Diadema, o motorista é obrigado a reduzir a velocidade na Avenida Fábio Eduardo Ramos Esquível devido ao alto número de semáforos.

Outra alternativa usada para chegar a Diadema foi o caminho pelas avenidas Pereira Barreto, Lucas Nogueira Garcês e Piraporinha. O trecho, apesar de mais longo - com 13 quilômetros - foi percorrido no mesmo intervalo de tempo, o que mostra que a lentidão encontrada foi um pouco menor. A principal dificuldade do trajeto é a largura das pistas, já que as vias têm apenas duas faixas de rolamento.

Para ir a São Caetano, foram testadas as avenidas Dom Pedro II e Goiás. A maior lentidão encontrada foi na via sancaetanense. A volta foi feita pela Avenida Industrial, onde a demora maior foi encontrada nas proximidades da estação Prefeito Saladino, em Santo André.

Congestionamentos causam estresse, taquicardia e gastrite

Os prejuízos para a saúde das pessoas que têm de enfrentar todos os dias o tráfego pesado de veículos para se deslocar vão muito além do risco de se machucar em um acidente de trânsito.
“A exposição aos congestionamentos das cidades provoca o estresse, que é um grande agressor do organismo”, afirmou o vice-presidente regional da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo e professor da Faculdade de Medicina do ABC, José Luís Aziz.

A lista de problemas causados ou potencializados pelo estresse é extensa. “Provoca alteração da pressão arterial, acelera o batimento do coração e aumenta o risco de enfartes e derrames.”
Poderoso, o estresse pode atacar outras partes do corpo, como estômago, piorando quadros de gastrite, exemplificou Aziz. Na fase crônica, faz crescer a sensação de cansaço, causando complicações físicas e psicológicas, como dores musculares e desatenção e irritabilidade.

E nem é preciso ficar muitas horas parado no trânsito para desencadear esses fatores. “Antes de dirigir, muitas pessoas já estão com o estresse acumulado no dia a dia, e o congestionamento contribui para agravar o problema”, ressaltou.
O tráfego de veículos é também um emissor de poluentes, e as toxinas liberadas pelas motocicletas, carros, ônibus e caminhões não causam somente doenças respiratórias, mas também cardiovasculares.
Segundo Aziz, engana-se quem pensa que só os motoristas sofrem com o tráfego lento. “O indivíduo que fica preso no transporte público, em um ônibus ou um trem lotado, sofre da mesma ansiedade.”

O médico lembrou que atitudes básicas podem amenizar os perigos que o trânsito reserva para a saúde. “É aconselhável tomar muito liquido e ter algo saudável para comer, como fruta, ou barra de cereal, pois a ingestão aumenta a sensação de relaxamento e diminui o estresse”, sugeriu.
Mesmo depois dos cuidados com a alimentação, Aziz recomendou ação difícil de ser praticada. “É preciso que as pessoas tenham paciência. Os compromissos podem ser adiados, mas a saúde, não.”

Especialista aponta falta de integração

Estruturar o trânsito da região de forma integrada entre os sete municípios. Para a professora do curso de Engenharia da Universidade Federal do ABC Silvana Zioni, esta é a melhor alternativa para o caos do sistema viário. Silvana, que é especialista em Mobilidade Urbana, criticou o fato de o Consórcio Intermunicipal não ter se debruçado sobre o tema nos últimos anos.


“A estrutura viária é completa e insuficiente para dar conta de todo o fluxo. Há muitos obstáculos e descontinuidades durante os trajetos”, comentou. A professora apontou que a criação de central de monitoramento do trânsito regional seria importante para aliviar os índices de congestionamento.

A especialista afirmou que a região não fez investimentos satisfatórios em sistemas viários nas últimas décadas por conta da situação econômica do País. “Nos anos de 1990, o Grande ABC viveu o problema da desindustrialização. Então não tinha sentido investir em avenidas.” Atualmente, com a economia aquecida, mais veículos são vendidos e, portanto, aumentam os engarrafamentos.

Outro problema apontado por Silvana é a má sinalização de rotas alternativas na região. “Quem não conhece bem as ruas não tem como cortar caminho”. Ela citou como exemplo de sinalização falha as placas que indicam a Avenida dos Estados, e as vias da Zona Leste da Capital, como acesso à Rodovia Ayrton Senna. “É um absurdo. O motorista pode pegar a Jacu-Pêssego em Mauá.”


Fábio Munhoz
Do Diário do Grande ABC

0 comentários:

Seja Mais Um a Curtir o Blog Meu Transporte

BRT Aricanduva

Ligeirão NORTE-SUL / Curitiba

Seguidores

 
 
 

Ônibus articulados elétricos em Goiânia


Prefeitura de São Paulo anuncia retomada do Complexo Viário que ligará Pirituba à Lapa

Número de passageiros no Metrô de São Paulo cresceu em 2023

Em SP, Apenas 3 em cada 10 domicílios ficam perto de estações de metrô e trem

BUS ELÉTRICO EM BELÉM


Brasil precisa sair da inércia em relação aos ônibus elétricos

Brasil tem mais de cinco mil vagões de trem sem uso parados em galpões

LIGAÇÃO VIÁRIA PIRITUBA-LAPA


Seja nosso parceiro... Nosso e mail: meutransporte@hotmail.com

Prefeitura do Rio inaugura o Terminal Intermodal Gentileza

‘Abrigo Amigo’ registra 3,5 chamadas por dia em Campinas

Ônibus elétricos e requalificação dos BRTs tornam transporte eficiente e sustentável em Curitiba

Brasil prepara lançamento do primeiro VLT movido a hidrogênio verde

Informativos SPTrans

Nova mobilidade urbana revela o futuro dos deslocamentos

Notícias Ferroviárias

Em SP, Passageiros elogiam Tarifa Zero aos domingos

Porto Alegre terá 12 ônibus elétricos na frota em 2024

Recife: Motoristas mulheres são mais confiáveis no transporte coletivo junto aos usuários

Obras do VLT em Curitiba devem custar cerca de R$ 2,5 bilhões

Com metrô, Salvador deixou de emitir mais de 45 mil toneladas de CO2 em oito anos

Barcelona dá transporte gratuito para quem deixar de usar carro

Os ônibus elétricos do Recife começaram a circular em junho de 1960