Em vez de apresentar o plano de modernização da frota de ônibus, a Associação das Empresas Concessionárias do Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande (Assetur), protocolou ontem, às 17h (data limite determinada pelo município) ofício propondo tarifaço para atender ao requisito solicitado pelo prefeito Nelsinho Trad (PMDB). A modernização do setor é uma das exigências contidas no caderno de tarefas do Ministério das Cidades para liberação de R$ 280 milhões do Programa de Mobilidade Urbana para a Capital. O anúncio oficial das cidades contempladas será exatamente no dia 26 de agosto (aniversário de 112 anos da cidade). Sem esta condição o município corre o risco de perder boa parte dos investimentos do PAC - Mobilidade.
"Não vou dar aumento nenhum e a partir de hoje (ontem à noite) não quero mais conversa com os empresários do setor", disparou o prefeito, visivelmente irritado com o que considerou falta de respeito com a população da Capital. "Eles (os empresários da Viação Cidade Morena, Campo Grande, Jaguar, São Francisco e Serrana) estão jogando contra a nossa cidade, e isso eu não admito mesmo".
O prefeito reuniu o diretor da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), Rudel Trindade Júnior - responsável pela fiscalizaçãop o serviço, e o procurador do município, Ernesto Borges, para definir medidas que deverão ser anunciadas nos próximos dias contra a Assetur. A primeira hipótese é a intervenção e, posteriormente, possivel lançamento de nova licitação para atrair novas empreas dispostas a aceitar o desafio de modernizar o velho sistema de transporte coletivo da Capital.
Quatro (Cidade Morena, Jaguar, São Francisco e Campo Grande) são comandadas pela família de Nenê Constantino, dono de frotas de ônibus em todo o País, e da Gol Linhas Aéreas. O grupo detém contratos com a prefeitura da Capital desde a década de 70. De lá para cá, jamais perdeu qualquer embate licitatório, razão pela qual levou o prefeito a assumir publicamente que daria uma trégua a Assetur até ontem (dia 9 de agosto) para que apresentasse um plano de modernização do sistema.
Em vez disso, condicionaram qualquer iniciativa nesse sentido a um novo tarifaço. O último reajuste ocorreu em 28 de fevereiro deste ano, com a tarifa passando a custar R$ 2,70, uma das mais caras do País. Para reforçar negativa, o prefeito lembrou que neste ano as empresas tiveram tratamento vip do município ao conceder reajuste acima da inflação. Mais: desde que assumiu o custo do transporte coletivo aumentou 50%.
"Agora eles (empresários) querem me convencer a ir contra a nossa população?, questiona Nelsinho Trad.
Fonte: Correio do Estado
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