As concessionárias responsáveis pelo transporte coletivo na cidade de Ribeirão Preto, localizada no nordeste paulista, querem que o valor da passagem, que custa R$ 2,50 hoje, seja reajustado em 15% nos próximos meses. Se forem atendidas, o valor da passagem chegará a R$ 2,76. O valor de R$ 2,76 é baseado no cálculo total da planilha de custos do Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Ribeirão Preto e poderá ser arredondado, para mais ou para menos, para facilitar o troco. O sindicato afirma ter protocolado o pedido de reajuste na última sexta-feira, mas agora caberá à Transerp, empresa pública que gerencia o transporte na cidade, analisar as planilhas de custo dos operadores de transportes. Caberá ao presidente da entidade, William Latuf, a primeira análise da situação.
O reajuste, caso seja aprovado, ainda não tem data para entrar em vigor. Segundo o presidente do sindicato patronal, Luis Gustavo Guimarães Vianna, o aumento é referente a diversos motivos: aumento do salário dos motoristas, compra de veículos novos, combustível e mão de obra. "Nos últimos 12 meses, os valores de veículos novos subiram 17%; combustível, 4,5%; mão de obra, 9,5% e fiscalização e ISS aumentaram 4%, além do aumento de 9,5% nos salários dos motoristas. Com esses custos precisamos de um equilíbrio do sistema, por isso pedimos esse aumento", explicou Vianna, para quem a gratuidade concedida aos idosos e deficientes também influencia no custo da passagem.
Resposta
A região que envolve Ribeirão Preto possui mais de três milhões de usuários mensais apenas na área do transporte coletivo. Significa que, com o aumento, as empresas de transporte coletivo devem lucrar ao menos R$ 10 milhões a mais em um ano. Para o usuário padrão, que utiliza duas conduções por dia, o aumento significa, em 12 meses, perto de R$ 150 a menos no bolso.
Caso a proposta seja aprovada pela Transerp e pela prefeita Dárcy Vera (DEM), Ribeirão Preto terá a tarifa de ônibus mais cara do interior do Estado. De acordo com nota da assessoria de imprensa da administração da cidade, o documento das permissionárias com pedido de reajuste da tarifa foi protocolado na Prefeitura Municipal, no entanto, ainda não foi analisado tecnicamente pela Transerp e pela prefeita Dárcy Vera. A Prefeitura somente irá se manifestar sobre o assunto após análise, o que não deverá ocorrer nos próximos 15 dias.
Histórico
O pedido do sindicato patronal, porém, geralmente não é atendido integralmente pela administração municipal. A tradição é que, fora em anos eleitorais, quando não acontece nenhum reajuste, a Prefeitura autorize um aumento intermediário. Em 2010, por exemplo, quando a tarifa estava em R$ 2,30, os patrões reivindicaram R$ 2,45, mas a empresa de trânsito autorizou R$ 2,40. Em 2009, a tarifa calculada pela Transerp foi de R$ 2,35, mas fechada em R$ 2,30.
A frota de ônibus de Ribeirão Preto, que hoje é de 312 veículos, recebeu 29 unidades novas no último ano. Circulam pela cidade 75 linhas, além do "Leva e Traz", serviço de transporte gratuito de passageiros que residem em bairros pouco atendidos por linhas regulares, que é custeado pelas empresas. Ainda segundo Vianna, existem opções para que esse aumento não seja levado diretamente aos usuários. "Subsídios, tarifas diferenciadas com a compra antecipada de passagens, corredores de ônibus preferenciais. Todas essas reivindicações são feitas há quatro anos e a prefeitura ainda não se manifestou, dizem apenas que estão estudando. Eu acho muito tempo para estudar. O transporte coletivo tem que ter a preferência no transporte individual", comenta o presidente do sindicato patronal de Ribeirão Preto.
Capital
Enquanto no interior o debate é sobre o custo do transporte público, na capital paulista o governador Geraldo Alckmin inaugurou, esta semana, o terminal de ônibus em Embu. Denominado terminal de ônibus do Jardim Casa Branca, o empreendimento envolveu o Fundo Metropolitano de Financiamento e Investimento (Fumefi), que investiu na reforma da praça secundária do Jardim Casa Branca e na pavimentação da Rua Constantinopla.
Na ocasião da inauguração do terminal, Alckmin afirmou a importância da obra. "O terminal de ônibus do Jardim Casa Branca, a reforma da praça, a pavimentação da área próxima. Foram R$ 2 milhões do Governo do Estado, investidos através do Fumefi, uma parceria para melhorar, aqui, o acesso, melhorar o conforto e a qualidade do atendimento para a nossa população que utiliza o terminal, e do serviço de transporte coletivo", afirmou. A perspectiva é que sejam beneficiados em torno de 20 mil usuários por dia.
0 comentários:
Postar um comentário