As reclamações contra motoristas de ônibus são frequentes. Casos de agressões verbais e até físicas de motoristas aos usuários do transporte público, e vice-versa, são levados à Superintendência Municipal de Transportes Urbanos (SMTU), que só em maio deste ano (último mês computado) registrou 365 reclamações.
Segundo o SMTU, em maio de 2010 foram registradas 270 reclamações, quase 100 a menos que no mesmo período de 2011. Desse total, 221 foram feitas por telefone e 46 presencias. Das 365 queixas feitas contra os motoristas em maio deste ano, somente 11 foram presenciais. A SMTU acredita que a mudança se deve à crescente divulgação do número para reclamações.
“Já sofri inúmeras vezes com motoristas que costumam passar fora do ponto, ou quando veem um idosa ou deficiente, fecham as portas e não param”, disse Madalena Soares, 53, moradora do Bairro da União, Zona Centro-Sul. Ela afirmou que não sabe de números ou procedimentos para fazer reclamações aos órgãos competentes.
Diferente de Madalena, a autônoma Estrela Silva, 58, conhece os números para fazer as reclamações e até já as fez. Porém, segundo ela, “não adianta, fica o dito pelo não dito.”
O carteiro Mário Coelho, 30, diz que depende do transporte para trabalhar e que já foi humilhado algumas vezes por motoristas que fingiram que não o viram esperando no ponto de ônibus. “Talvez por saber que eu tenho acesso livre. A gente faz a parada e eles não param, a gente faz o sinal e eles viram o rosto. É humilhante”, disse.
Casos mais graves envolvendo agressões físicas e ameaças também existem.
Há três anos, o corretor de imóveis Rodrigo Almeida tentou registrar o número de identificação localizado na lateral dos ônibus, mas foi ameaçado pelo motorista da linha 505 com um extintor de incêndio. “Resolvi denunciar o motorista, que estava andando em alta velocidade”, lembrou.
defesa
Os motoristas alegam não serem compreendidos pelos passageiros. Raimundo Nonato, 50, trabalha há 26 anos como motorista e já se conformou. “Acredito que não adianta falar, pois nós sempre estaremos errados aos olhos dos passageiros”, apontou Nonato.
Ao lado dele, a também motorista Lene Machado, 36, seis anos na profissão. “Já fui agredida verbalmente e até perdi as contas. Os passageiros também não entendem que não podemos parar fora do ponto e que temos um horário pra sair e voltar. Eles não entendem que há trânsito e engarrafamentos, por isso nos atrasamos”, finalizou.
Fonte: A Critica
0 comentários:
Postar um comentário