Pode-se dizer que eles são caros ou que estão constantemente carregando mais pessoas do que deveriam. Mas a verdade é que, se os ônibus municipais troncais - vulgos “amarelinhos” - não existissem, Criciúma perderia muito da sua identidade.
Há quem acredite que os amarelinhos, assim como o time da cidade, perderiam a magia se simplesmente mudassem de cor. Além disso, eles estão intimamente ligados às vidas das pessoas.
Quanto tempo uma pessoa que os usa todos os dias para ir ao trabalho, à escola, ou ambos, passa dentro dos amarelinhos? Quantas histórias interessantes ou engraçadas já tiveram como palco o interior de um deles? O hábito de andar de amarelinho é uma das coisas que diferencia um criciumense de alguém que apenas vive em Criciúma.
A troca dos antigos ônibus pelos atuais, embora tenha trazido mais espaço e conforto, acabou com uma característica marcante dos amarelinhos: os bancos virados para trás, que faziam com que pessoas desconhecidas ficassem se encarando por todo o trajeto. A situação podia ganhar ares constrangedores.
Marcus Araújo Matildes afirma que não foram raras as vezes em que passou por situações inusitadas. “Teve um dia em que o ônibus estava lotado, mal dava para se mexer. Aí ele estragou, nós descemos numa parada e todo mundo teve que entrar no ônibus que vinha atrás, também cheio de gente”, relata. “Numa outra vez, eu e uma amiga minha pegamos o ônibus e tinha uma bêbada que ficava gritando, conversando com as pessoas”, conta Marcus.
Há, também, o drama da pessoa que, num horário de pico, fica espremida na porta do lado direito, rezando para que o motorista não abra as portas erradas durante as paradas. E existem os casos que fazem o usuário do transporte coletivo passar vergonha na hora, mas achar graça dias depois.
“Uma vez entrei no ônibus e, enquanto eu tirava o dinheiro da carteira, o motorista deu a arrancada. Como eu não estava me segurando em nada, fui jogado para aquela parede de vidro que fica atrás”, lembra Mateus Mastella, estudante que usa os amarelinhos todos os dias. “O ônibus estava bem cheio. Todo mundo ficou olhando para mim”, conta.
Fonte: A Tribuna Net
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