De acordo com o assessor para assuntos sindicais do Sindicato das Empresas de Transporte Geral (Steps), Jorge Castro, a manifestação dos servidores é ilegal. “Nós fizemos seis reuniões. Na quinta-feira passada, dia 28, assinamos uma ata que previa novas reuniões para os dias 5, 10 e 12 de maio para discutir as cláusulas que ainda faltam. O sindicato fez uma paralisação irresponsável. Não há impasse porque o ajuste ainda não foi discutido”, afirmou.
O tesoureiro do Sindicato dos Rodoviários, Hélio Ferreira, contesta a declaração de Castro e a considera como um “jogo das empresas”. Segundo Ferreira, o patronato “teve 30 dias para negociar e não apresentou propostas”. Manoel Machado, presidente do sindicato da categoria, afirma que os rodoviários pedem 18% de reajuste salarial, além de benefícios.
Já os trabalhadores dos transportes intermunicipal e interestadual cobram também do governo do Estado maior fiscalização do transporte clandestino. Para a categoria, a Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicação da Bahia (Agerba) não fiscaliza o transporte irregular. Com o aumento da concorrência, as empresas reduzem o número de veículos em circulação e, consequentemente, também a quantidade de trabalhadores.
Os rodoviários não devem fazer novas paralisações nesta terça-feira. No entanto, segundo Manoel Machado, novas manifestações irão acontecer na quinta ou na sexta-feira. “Não podemos dizer onde serão, porque as empresas tentam coibir. Mas iremos fazer novas paralisações”, garantiu.
Ontem, 21 empresas de transporte urbano e metropolitano foram paradas por quatro horas. A paralisação prejudicou os usuários que dependiam do transporte coletivo para ir para o trabalho ou outros compromissos. Já a manifestação desta terça pode atrapalhar cerca de 2,5 mil pessoas, com base em estimativa da Agerba. Em Salvador, 540 linhas partem diariamente da Rodoviária.
A categoria pede reajuste do índice da inflação mais 10%. Já os empresários argumentam que ainda não é possível apresentar um percentual já que o índice de inflação ainda não foi definido.
População – Para a terapeuta ocupacional Ana Carmem Silva, de 29 anos, a informação fornecida ontem na rodoviária foi de que não haveria paralisação. “Acordei cedo, estou aqui desde as 6h. Precisava chegar para trabalhar 9h em Serrinha, mas como os ônibus só saem a partir das 10h, vou chegar muito atrasada”, disse.
Já a vendedora Sandra Tereza da Silva, de 34 anos, que seguia para Sergipe esta manhã, mostrou-se indignada com a paralisação e a classificou como “falta de respeito com a população”. Surpreendida, ela disse que não sabia da paralisação. “Disseram que só iam parar o intermunicipal, mas parou interestadual. Não tenho nada a ver com isso. Quando o ônibus tentou sair, rodoviários ameaçaram murchar os pneus e jogar pedras”, reclamou.
Sobre a possível tentativa de vandalismo, o tesoureiro Hélio Ferreira disse desconhecer o fato. “Desconheço qualquer tipo de agressão ou ameaça de vandalismo por parte dos rodoviários. Pode ter sido algum representante das empresas para desmoralizar a categoria”, disse.
Confusão – Um princípio de tumulto foi registrado quando um ônibus da Secretaria de Educação do Estado, que trazia professores do extremo sul da Bahia, tentou entrar na rodoviária, mas foi impedido. Logo depois, outros veículos conseguiram passar, o que causou revolta por parte dos passageiros, que impediram a saída de outros ônibus. “Não querem deixar a gente passar. Se não liberar, a gente não libera os outros”, disse o professor Osvaldiney Dias. Após intervenção da polícia, o acesso foi liberado.
Fonte: A Tarde Online
0 comentários:
Postar um comentário