O anúncio do aumento no valor da passagem do transporte coletivo urbano de R$ 1,90 para R$ 2,40 como repercutido em matérias de O Norte da semana passada não soou bem para quem depende deste tipo de transporte para se dirigir a escolas, faculdades, trabalho ou resolver alguma pendência no centro da cidade.
O aposentado José Pereira dos Santos, morador no bairro Jardim São Geraldo, apesar de não pagar passagem, afirma que este valor está fora da realidade econômica da maioria das pessoas que utilizam este meio de transporte. Cita como exemplo, estudantes e trabalhadores, a sua maioria que ganha apenas um salário mínimo para sustentar a família.
- Quem tem que pegar até quatro lotações por dia, como fica situação deste usuário? Acho um absurdo aumentar a lotação para R$ 2,40. Já que o aumento deve acontecer, que seja para R$ 2. Valor maior que este é abuso - desabafa.
O autônomo Lourival Martins, morador no bairro Doutor João Alves, lembra que o salário mínimo, mesmo passando para R$ 545, não supre as necessidades do trabalhador, uma vez que os aumentos, por exemplo, da cesta básica e, no caso específico, da passagem do transporte coletivo urbano, deixa a maioria das pessoas com dificuldades financeiras, uma vez que o salário sobe e, junto a este, as despesas com transporte e alimentação.
- É preciso que as autoridades do município revejam este aumento da passagem do lotação. O valor atual de R$ 1,90 já está bom demais para as empresas - acredita.
QUALIDADE
Maria Oliveira Pereira Santos, enfermeira, moradora do bairro Santa Rita, afirma que raramente utiliza o transporte coletivo urbano. Entretanto, critica a qualidade do serviço disponibilizado pelas empresas no município, como atrasos constantes e ônibus em alguns períodos do dia lotados de passageiros. Afirma ainda que, mesmo tendo passado vários meses da implantação do sistema integrado, muitos passageiros se confundem com as novas numerações. Outra reclamação mencionada pela enfermeira diz respeito à redução no número de lotações em alguns bairros.
Por todas estas deficiências, Maria Oliveira Pereira Santos entende que não é justo o aumento do transporte coletivo independentemente de valor.
LOTADO
Já o estudante Marcos Adriano Souza utiliza diariamente o transporte coletivo urbano, através das linhas 1701 e 1702, para se dirigir para escola da rede privada de educação no centro da cidade. Morador do bairro Major Prates, ele afirma que R$ 2 seria o valor justo e que caberia dentro do bolso de quem depende deste serviço. Critica também a demora excessiva do lotação, principalmente em horários de maior movimento, como às 18h, quando ele afirma que alguns lotações com capacidade para pouco mais de 30 pessoas transportam praticamente o dobro.
Fonte: O Norte de Minas
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