De acordo com o Sindicato dos Motoristas de Ônibus de São Paulo, o sistema de trólebus foi sucateado pelas últimas administrações. A cada 58 metros existe uma emenda na rede elétrica. "Além do problema com a rede é preciso substituir a frota. A média de idade chega a 30 anos", disse Valdemir dos Santos Soares, diretor de patrimônio do sindicato.
A Prefeitura já está pronta para iniciar a troca da frota. Até 2012 serão adquiridas 140 novas unidades. Com a substituição dos ônibus, a idade média dos trólebus da capital será de 30 anos. Para se ter uma ideia do potencial do sistema, um ônibus a diesel tem que ser trocado a cada 10 anos de uso por questões técnicas e de poluição. Já foram incorporados à frota 11 trólebus novos e outros modelos estão sendo testados.
Segundo ele, a cidade agora precisa ampliar os corredores de ônibus. "É preciso pensar em corredores sem cruzamento, o que pode aumentar a capacidade de transporte. E se o ônibus for elétrico, melhor ainda", diz.
No final do governo Marta Suplicy, em 2004, a Prefeitura planejava vender os últimos 200 trólebus que restavam da frota. O secretário municipal do Verde e Meio Ambiente, Eduardo Jorge, intercedeu junto ao prefeito recém-eleito José Serra (PSDB) para que as vendas fossem suspensas e desde então trabalha para a recuperação e expansão do sistema. "Desde que a cidade assumiu a política municipal de mudanças climáticas a secretaria viu a importância de manter, resgatar e expandir a frota", conta. O principal responsável pelo efeito estufa é o dióxido de carbono que sai dos escapamentos dos automóveis.
A vantagem do trólebus é que ele é a alternativa de transporte totalmente não poluente. "Em todas as grandes cidades do mundo o trólebus está sendo apoiado. Além de não poluir, esse tipo de transporte é mais confortável e silencioso", elogia o secretário. Segundo relatório do Instituto de Políticas de Desenvolvimento e Transporte (ITDP), existem aproximadamente 340 sistemas de trólebus operando hoje no mundo.
"A posição da secretaria, do ponto de vista ambiental, é que o local ideal para a expansão deve ser nos corredores de ônibus", diz Jorge. Segundo o secretário, é preciso rever os preços cobrados pelo órgão regulador federal (Aneel) para a energia gasta no transporte. "É inacreditável que eles cobrem a tarifa mais alta para um transporte que beneficia a saúde pública", diz.
Fonte: Diário de São Paulo
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