A cidade de São Paulo terá a partir de maio de 2011 ônibus movidos a etanol aditivado em sua frota de transporte coletivo. No total, 50 veículos movidos pelo combustível serão colocados nas ruas. O protocolo de intenções que irá viabilizar a operação foi assinado nesta quinta-feira (25) na Prefeitura. A expectativa é substituir 30% da frota por veículos movidos a etanol – chegando a 4 mil a 4,5 mil veículos.
“A idéia é o mais rápido possível já chegarmos a 200 ônibus, depois avaliarmos os resultados para depois continuarmos avançando”, disse o prefeito Gilberto Kassab. “Devemos ter em torno de 4 mil, 4,5 mil ônibus nos próximos anos, mas depende de um planejamento estratégico que deve ser feito em parceria com as empresas. Nós temos uma idéia de atingi-la até 2013, mas isso depende também de outras tecnologias que estão sendo testadas”, explicou o secretário municipal de Transportes, Marcelo Cardinal Branco.
Os ônibus serão produzidos na fábrica da Scania em São Bernardo do Campo, no ABC, e operados pela Viação Metropolitana, e deverão circular principalmente em linhas da Zona Sul da cidade. . O combustível será fornecido pela União da Agroindústria Canavieira do Estado de São Paulo (Única) – que firmou um contrato com a Prefeitura garantindo o fornecimento do etanol aditivado por 70% do preço do diesel, atual principal combustível da frota da capital paulista.
O acordo foi necessário para que variações de preço do etanol não prejudicassem a operação, tornando-o ainda menos competitivo que o diesel. Mesmo com o preço definido, a quilometragem por litro do etanol é menor que a do diesel. Por isso, o valor a ser pago para as empresas que optarem por esse combustível será cerca de 3% maior que o referente ao diesel para cobrir os custos da operação.
“No primeiro momento haverá de parte da prefeitura até um aumento de custo. Mas não virá do orçamento, esses recursos virão das multas que serão aplicadas aqueles que não tiverem feito a inspeção veicular. Portanto, um programa ambiental subsidiando outro programa ambiental”, explicou o prefeito. “Os radares já estão em funcionamento, nos próximos dias devem começar a aplicar as multas.”
De acordo com o secretário dos transportes, apesar de o valor de operação ser maior, há a compensação na diminuição dos gastos com saúde pública causados pela poluição. “Como nós temos uma orientação legal na cidade de São Paulo de redução de 100% da utilização de combustíveis fósseis até 2018, nós temos um plano gradativo de redução de 10% ao ano. Temos outras alternativas em teste, diesel a partir de cana-de-açúcar, mas ainda não é comercialmente viável, temos o veículo elétrico, mas tem algumas limitações regionais”, disse Branco.
Segundo a Prefeitura, testes feitos com um ônibus movido a etanol na cidade mostraram uma redução de 80% na emissão de gases do aquecimento global, 90% na emissão de material particulado e a ausência de emissão de enxofre. O veículo percorreu 25 mil quilômetros na cidade desde dezembro de 2009 e não apresentou falhas, de acordo com a administração municipal.
TarifaTambém nesta quinta, tanto o prefeito quanto o secretário de Transportes afirmaram que ainda não há uma definição em relação ao aumento das tarifas de ônibus em São Paulo – anteriormente, Kassab chegou a afirmar que o reajuste seria efetuado em dezembro. “Não tem essa definição ainda, estamos analisando, fazendo uma analise de custos, do custo total do sistema, ainda não temos a definição, nem do prazo e nem de valor”, explicou o secretário Branco.
Fonte: G1.com
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