Na semana internacional da pessoa com deficiência, o Blog Meu Transporte saiu as ruas de Recife e constatou a falta de preparo pela maioria dos operadores no que diz respeito a acessibilidade no transporte publico, é verdade que o numero de ônibus adaptados aumentou de forma significativa na região metropolitana, porém este crescimento não condiz com o numero de motoristas e cobradores preparados para está situação, flagramos diversas vezes os profissionais sem saber operar o equipamento, teve pessoas deficientes que tiveram que esperar mais de 10 minutos para embarcar, colocando em constrangimento o próprio deficiente, sem falar que muitos motoristas expressam claramente sua insatisfação em operar o equipamento, é bom lembrar que de acordo com o Censo de 2000 do IBGE, 24,5 milhões de pessoas possuem algum tipo de deficiência, representando 14,5% da população brasileira. Dados mais recentes, da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD), apontam que, em 2008, os idosos representavam 10,5% da população no Brasil, proporção que vem aumentando a cada ano.
A falta de acesso ao transporte coletivo é um dos gargalos do ingresso no mundo do trabalho para pessoas com algum tipo de deficiência ou mobilidade reduzida. A RAIS de 2007 contabilizou cerca de 348.000 pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida, empregadas, mas estão fora do mercado, aproximadamente, quatro milhões de pessoas com essas características.
Resposta do Consórcio Grande Recife:
Nos últimos três anos e meio o Sistema de Transporte Público de Passageiros da Região Metropolitana do Recife (STPP/RMR) conseguiu avanços significativos no serviço ofertado as pessoas com deficiência. Os avanços são:
Em 2007 o consórcio, na época EMTU, contava com apenas com 46 linhas e 49 ônibus, das 383 linhas e 2.700 veículos operantes, equipadas com elevador. Hoje, as pessoas com deficiência já podem contar com 255 linhas e 853 veículos adaptados para pessoas com deficiência.
No projeto de ampliação do Sistema Estrutural integrado, que foi pensado para a construção de 13 terminais, de 2007 pra cá, sendo que dois já foram entregues (Pelópidas Silveira e Cabo de Santo Agostinho), todos os projetos arquitetônicos foram pensados com total acessibilidade à pessoa com deficiência.
Para atender as pessoas com deficiência visual que utilizam os terminais integrados do Cabo de Santo Agostinho e Pelópidas Silveira, ambos inaugurados em 2009, o Grande Recife sinalizou todos os pontos de embarque e desembarque. Os usuários podem identificar a localização exata de sua linha através da sinalização em Braille (sistema de leitura com o tato).
Todo o entorno dos terminais contam com rampas de acesso. No interior do equipamento, foi colocado piso tátil (que facilita a orientação de pessoas com deficiência visual e visibilidade reduzida), além de mecanismos antiderrapantes, para evitar quedas e escorregões. Nas áreas de atendimento, como o local destinado aos trabalhos do pessoal da Central Atendimento ao Cliente, também há acessibilidade.
Em relação a colocação de Braille nas paradas de ônibus da RMR o consórcio esclarece que este tipo de sinalização já tinha sido implantada nas avenidas Nossa Senhora do Carmo, Conde da Boa Vista e Guararapes, de forma experimental, mas que infelizmente praticamente todas as placas informativas foram alvo de atos de vandalismo nos últimos anos.
Porém, o Grande Recife vem elaborando, desde 2009, um projeto de novas paradas de ônibus que prevê a sinalização para deficientes visuais, no entanto, ainda não foi definida a forma que o material será implantado devido aos problemas citados acima.
Os atos de vandalismo também ocorrem nos terminais que possuem as placas em braille. Constantemente as placas arrancadas são repostas o que infelizmente, por causa do alto custo, não pode ser feita nas cerca de 5 mil paradas existentes na RMR.
Já em relação a sonorização o consórcio já conta com um sistema de som, com informações sobre as linhas de ônibus, implantado no Terminal Pelópidas Silveira e em breve no Terminal do Cabo. Ressaltando que todos os novos terminais, além dos já existentes no sistema de transporte da RMR também irão contar com o serviço até 2012.
Capacitação dos operadores
O Grande Recife desenvolve junto com as empresas operadoras um curso de multiplicação de formadores. Ou seja, atua na formação de instrutores que trabalharão com motoristas e cobradores. O treinamento incluiu, entre outros temas, a operacionalização dos elevadores de acesso para as pessoas com deficiência e a questão comportamental (atendimento aos usuários). É fornecido para os formadores, material didático e os planos de aulas que são usados no curso. Além deste curso, todos os motoristas que renovam suas CNH, precisam passar pelo curso “Condutores de Transporte de Coletivos”, ministrado durante 50h. Nele, os motoristas reciclam seus conhecimentos sobre legislação de trânsito, primeiro socorros, direção defensiva e atendimento ao cliente.
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Fonte: Meu Transporte
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