A Avenida Epitácio Pessoa, que chega a receber atualmente um fluxo médio de quatro mil veículos por hora em cada sentido da via, deve sofrer uma intervenção nos próximos anos com a implantação de uma faixa exclusiva para o trânsito de BRT (Bus Rapid Transit), que também inclui a área central de João Pessoa. O sistema de ônibus de trânsito rápido, que tem um conceito de metrô sobre rodas, deve começar a ser analisado a partir de um convênio firmado pela Prefeitura de João Pessoa com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O estudo deve ser o pontapé para a reestruturação do sistema de transporte da cidade como um todo, diante da concentração crescente de carros em circulação, segundo informou a Superintendência de Transporte e Trânsito (STTrans) de João Pessoa.
A proposta é começar a implantar o sistema BRT nos próximos dois anos, quando o estudo ficar pronto. Até a conclusão do projeto, o que o diretor de transportes da STTRans, Adalberto Araújo, adiantou como indicativo de implantação do BRT na Epitácio Pessoa é que as duas faixas próximas aos canteiros centrais servirão apenas para o tráfego dos ônibus. A mudança deve contemplar ainda a implantação de estações de paradas de ônibus, que também devem ser transferidos para o canteiro central, mas a rota deve se estender por toda a avenida. A Epitácio deve manter faixas para o tráfego de carros individuais, mas a proposta da STTrans é de realizar intervenções alternativas para esses veículos nas Avenidas Júlia Freire e na Rio Grande do Sul.
"Estamos conscientes da necessidade de intervenção nos mecanismos de mobilidade da população, e a nossa decisão é pelo coletivo, através do transporte de massa", argumenta Adalberto Araújo. A secretária de Planejamento da Prefeitura de João Pessoa, Estelizabel Bezerra, por sua vez, que também deve acompanhar a elaboração do Plano de Mobilidade lembra que o projeto vai mexer no sistema de transporte da cidade, com a criação de rotas: "Isso é o que apontam alguns estudos e essa é uma intervenção que tem que acontecer nos próximos dois anos. Com o Plano de Mobilidade Urbana, a gente já sai com o projeto do BRT", afirmou Estelizabel Bezerra.
A secretária de Planejamento informou que a maior dificuldade da gestão municipal é ter uma visão geral da origem e dos destinos da população e quais os meios de transporte mais utilizados pelas pessoas. De acordo com a secretária, com a resposta a essas questões será possível montar eixos estratégicos com o objetivo de intensificar o transporte público e de melhorar a capilaridade no sistema viário: "O problema do trânsito está relacionado à mobilidade urbana. A grande questão da cidade é: você quer uma cidade para morar, para trabalhar, para ter lazer e para se mover nela", explicou.
Fonte: O Norte
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