O caos no transporte público do Distrito Federal está entre os principais temas de debate dos candidatos que disputam as eleições deste ano. As propostas preveem ampliação da linha de metrô, implantação de ciclovias, melhorias no sistema rodoviário e até mesmo a expansão das áreas de estacionamento — inclusive na parte subterrânea da Esplanada dos Ministérios. Lado a lado com saúde, educação e segurança, a questão do transporte tem interferência direta na vida da população. Muitas pessoas moram nas regiões administrativas que cercam a capital federal e dependem de ônibus, trem ou carro para chegar ao trabalho. As reclamações diárias dos passageiros tratam da má condição dos veículos, do valor elevado das passagens e dos congestionamentos. Em ano eleitoral, os usuários do transporte coletivo enfrentaram paralisações dos rodoviários e panes no sistema metroviário.
Além de incrementar o transporte coletivo, o futuro governante deverá pensar em soluções voltadas à grande quantidade de carros que circulam nas ruas da cidade — são mais de 2 milhões. Segundo levantamento do Departamento de Trânsito (Detran), a cada ano, cerca de 100 mil veículos a mais tomam conta das ruas do DF. Esta realidade se reflete nos constantes engarrafamentos e na quantidade insuficiente de estacionamento para tantos veículos. Para amenizar os atuais problemas, o candidato a governador Agnelo Queiroz (PT) promete dar prioridade ao transporte coletivo, caso assuma o Palácio do Buriti em 1º de janeiro de 2011. No seu plano de governo, o petista garante a regularização da prestação de serviços de transporte é uma forma de tentar coibir a clandestinidade no setor. E ainda “romper o atual monopólio empresarial” com a renovação de concessões públicas e licitações.
Entre as propostas de Agnelo está a implantação do Plano Diretor de Transporte Público Coletivo. Segundo o ex-secretário nacional de Transportes Urbanos do Ministério dos Transportes e um dos responsáveis pelo setor na campanha petista, José Luiz Valente, a ideia é montar um fórum para pensar nas questões relacionadas à área a longo prazo. “A ideia é fazer um fórum para discutir ideias e elaborar um plano diretor. Algumas questões são óbvias: a necessidade de ampliar a abrangência do metrô e o funcionamento integrado das linhas de ônibus”, explicou. Ele aposta ainda na possível implantação do Veículo Leve sobre Pneus, seguindo os moldes do transporte público de Curitiba. “Mais na frente podemos chegar ao ponto de ter um bilhete único que dure até duas horas e meia nas mãos do passageiro. Além de ciclovias decentes para o DF”, disse.
Fonte: Correio Braziliense
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