Os 7km de vias somente para ônibus das avenidas Osvaldo Aranha e Protásio Alves são os piores de Porto Alegre. Motoristas e passageiros que o digam.Percorrer a via é aventurar-se no desconhecido: agarre-se ao primeiro pega-mão livre ou correrás o risco de estatelar-se no chão do veículo.
– Isso aqui é um câncer em Porto Alegre. Não melhora nunca
– desabafa Agnaldo Ferreira Pereira, 48 anos.
Nas sete horas e 10 minutos de idas e vindas entre o Morro Santana e o Centro, Agnaldo, 20 anos de volante, perde a conta das vezes em que escapa de um desnível, tira o pé do acelerador para não jogar nos pedestres a água empossada no asfalto e desvia de panelões, entre outras peripécias da viagem.
Nas sete horas e 10 minutos de idas e vindas entre o Morro Santana e o Centro, Agnaldo, 20 anos de volante, perde a conta das vezes em que escapa de um desnível, tira o pé do acelerador para não jogar nos pedestres a água empossada no asfalto e desvia de panelões, entre outras peripécias da viagem.
– Faz mais de quatro anos que não vejo um bom asfalto por aqui. São só remendos que desaparecem na primeira chuva – constata o motorista.
Experiente na função, Agnaldo cita a Estação Israelita e um trecho próximo à Avenida Saturnino de Brito como os mais complicados por apresentarem maior número de desníveis, asfalto desmanchado pelo peso dos ônibus e remendos mal feitos.
- Empresa no prejuízo
Com 40% das linhas operando no trajeto entre as avenidas Osvaldo Aranha e Protásio Alves, o Consórcio Unibus (composto por seis empresas de ônibus) é o que tem a maior frota circulando no trecho.
Por meio da assessoria de imprensa, o consórcio destaca que o passageiro é o mais prejudicado, já que os ônibus precisam andar em menor velocidade, atrasando a programação das viagens. O Unibus não cita números, mas afirma que há desgaste tanto na frota, com uma maior manutenção, quanto dos motoristas que trafegam pelos corredores. Para o consórcio, a única solução seria a colocação de concreto na via.
- Estação por estação - os que mais sofrem
Com duas cirurgias na coluna e usando muletas, Antônio Pöde, 63 anos, entra no ônibus e senta-se no primeiro banco. Para garantir a segurança, agarra-se com as duas mãos na divisória entre ele e o motorista.
– A cada solavanco, tento levantar um pouquinho para não sentir dores na coluna. É como se eu levasse um soco.Já a doméstica Elizete Oliveira, 51 anos, tem cuidado na Estação Israelita, onde diariamente pega um ônibus.
– Em dias chuvosos, corro o risco de tomar um banho a cada ônibus que passa por estas panelas.
- Promessa de vistoria
Conforme a assessoria de imprensa da Smov, a secretaria realizou intervenções nos corredores da Osvaldo Aranha e da Protásio Alves na metade de 2009.
Porém, em alguns trechos, o pavimento não resistiu ao tráfego dos ônibus. A Divisão de Conservação de Vias Urbanas da Smov foi acionada para realizar uma vistoria com urgência.
A Smov tem um projeto para substituição do asfalto por concreto nos dois corredores de ônibus. Orçado em R$ 7,6 milhões, o projeto está em análise no Ministério das Cidades para financiamento.
Fonte Diario Gaúcho
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