Os funcionários do Metrô do Distrito Federal decidiram manter a paralisação e a frota de trens circulando continua reduzida nesta quarta-feira (24). Apenas 30% estão operando, ou seja, seis dos 19 trens. No início da manhã, o movimento foi tranquilo na Estação da Praça do Relógio, em Taguatinga, cidade próxima a Brasília, com as catracas e as bilheterias funcionando normalmente. Os trens estão passando num intervalo de 40 minutos.
Nessa terça-feira (23), com a garantia de apenas 30% do serviço, os usuários encontraram filas e tiveram dificuldades, principalmente na Rodoviária do Plano Piloto. Alguns passageiros tentaram recorrer aos ônibus para fugir das filas no metrô. “Uma bagunça, desorganização e atrapalha a vida do brasiliense”, diz a operadora de telemarketing Ana Paula Lanes. O vigilante Amarildo de Castro costuma voltar de metrô para Ceilândia. Mas mudou os planos. “Hoje, o ar livre está melhor que no metrô. Estou muito grato por estar aqui, e o importante é chegar com segurança”, afirma o vigilante Amarildo de Castro.
Mesmo quem não utiliza o serviço, sofreu com a greve. “Hoje eu vim em pé e vou voltar em pé, e ainda vou ter que pagar os R$ 2 do mesmo jeito”, reclama um rapaz. Nas estações, o tumulto era menor. Mesmo assim, houve reclamação. “Levei duas horas para chegar ao trabalho, num percurso que demoraria, no máximo, 30 minutos. Sai às 7h15 e cheguei às 9h30 no centro”, conta o funcionário público Edson Biluk. “Como faço curso, o metrô facilita para chegar mais rápido por causa do trânsito. Só que com essa greve estou chegando quase duas horas atrasada”, afirma a estudante Keite Espíndola.
O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) mandou o metrô funcionar com 80% do efetivo das 16h às 19h. Com mais vagões disponíveis, o passageiro sofreu menos na volta pra casa. “À noite, melhorou um pouco, mas os vagões continuam muito cheios”, informa um servidor público Getúlio Gonçalves da Silva. “Eu pego depois das 19h, então, ele vem mais vazio. Mas hoje, por causa dos atrasos, está mais cheio”, diz um senhor. Mas a operação chegou a contar, no máximo, com 12 trens – 60% da capacidade.
O sindicato afirmou que não recebeu nenhuma notificação oficial da Justiça. Por isso, em assembleia, na noite de segunda-feira (23), decidiu manter a greve com apenas 30% dos funcionários trabalhando. “A gente passou toda à tarde na sede do sindicato, até às 18h, e não foi nenhum oficial de Justiça lá. Então, vamos continuar mantendo 30% da frota até que a gente seja notificado de fato. Até porque a gente precisa recorrer, porque consideramos que 80% não é greve. E como nós vamos recorrer sem o documento?”, indaga o coordenador geral do SindMetrô Solano Theodoro.
O DFTrans mantém o reforço de ônibus. Ao todo, foram colocados à disposição 350 ônibus extras. Em Águas Claras, passou de 15 para 40. No Guará, de 70 para 120. Taguatinga roda normalmente com 140, ganhou mais 95 ônibus. Ceilândia passa de 170 ônibus para 260. Samambaia que tem 350 está com 90 extras.
Fonte: G1
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