Um acalorado debate entre especialistas de transporte e acadêmicos tomou conta hoje do centro de convenções do Sistema FIRJAN. Nota técnica divulgada pela Federação sobre transporte na cidade do Rio de Janeiro para a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos de 2016 foi o motivo: segundo o estudo, os investimentos até 2016 são insuficientes para deixar um legado definitivo para a infraestrutura da cidade. Na defesa da proposta apresentada ao Comitê Olímpico Internacional (COI) estavam os secretários de transporte estadual e municipal do Rio de Janeiro, Júlio Lopes e Alexandre Sansão. Já os acadêmicos da Coppe/UFRJ Fernando MacDowell e Ronaldo Balassiano pediram mais ousadia e expansão dos projetos alternativos para o transporte do município.
Para o secretário municipal de transportes, Alexandre Sansão, o estudo apresentado pela FIRJAN poderá gerar confusão, pois trata do transporte urbano da cidade para as Olimpíadas. Para ele não podemos confundir o projeto de transporte feito para o evento olímpico com o projeto de governo, para expansão da moblidade urbana. "O projeto olímpico é vitorioso e foi avaliado por um comitê, tem credibilidade. Mas estamos tomando outras medidas, uma vez que 80% da população carioca utilizam o transporte público. Uma delas é a reestruturação e integração entre as linhas de ônibus e ordenamento do transporte alternativo da cidade. A Zona Oeste , por exemplo, possui uma carência em transporte e estamos reativando várias linhas de ônibus para a região. O município também está fazendo licitações de vans, Kombis e transportes complementares", adiantou.
Em sintonia com o governo municipal o subsecretário de transporte estadual, Delmo Pinho que ocupou a mesa de debates antes da chegada do secretário Julio Lopes, que estava em audiência com o governador disse que a pesquisa apresentada " é injusta ”. Para ele o Rio tem de parar de se maltratar já que o Comitê Olímpico Brasileiro fez um trabalho de ponta. " Ganhamos porque nosso projeto é viável. Governo do estado, prefeitura e o Ministério das Cidades são a favor do sistema BRT (Bus rapid transit) já que é um meio de transporte criado no Brasil e que está sendo adotado em todo o mundo", afirmou. O secretário estadual de Transporte, Júlio Lopes, participou da segunda metade do painel, que contou com a presença do urbanista Jaime Lerner. Lopes afirmou que o BRT foi uma proposta estratégica, " pois se não fosse adotada provavelmente a nota de transporte não aumentaria e novamente o Rio de Janeiro não se tornaria sede dos Jogos Olímpicos ".
"Mantida a atual infraestrutura de mobilidade, as perdas geradas por engarrafamentos na cidade podem chegar a R$ 34 bilhões, o equivalente a um quarto do PIB fluminense. Sabemos que os projetos propostos atenderão apenas parcialmente as necessidades de mobilidade. O motivo deste debate público é justamente saber no que podemos avançar. A ideia é somar esforços para ter um Rio de Janeiro com qualidade de vida para sua população", disse o presidente da FIRJAN, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira.
Fonte: FIRJAN
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