A greve dos motoristas de ônibus da Grande Belo Horizonte (MG), que entrou no terceiro dia nesta quarta-feira (24), já provocou um prejuízo de cerca de R$ 44 milhões ao comércio da capital mineira. A estimativa é da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte, que calcula ainda mais 30% de perdas por cada dia que a greve continuar.
Segundo a entidade, os funcionários estão com dificuldade de chegar ao trabalho, o que prejudica o atendimento, e as lojas estão vazias, porque a população prefere não sair de casa ou, quem sai, prefere voltar logo para evitar os congestionamentos e a superlotação dos coletivos.
Hoje, cerca de 1,2 milhão de pessoas estão sendo afetadas pela paralisação, de acordo com a Federação dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado de Minas (FettroMinas), que decidiu cumprir a decisão judicial e colocar 50% da frota para circular. Mesmo assim, o trânsito na capital mineira está complicado por conta do excesso de carros particulares nas ruas.
Na noite de ontem, a reunião entre as partes no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de Minas Gerais, para colocar fim à greve dos ônibus no Estado, terminou sem acordo. Segundo informações do TRT, ficou definida a reabertura das negociações na próxima sexta-feira (26). Os dirigentes sindicais firmaram compromisso de defender, na próxima assembleia, a suspensão da greve e a entidade patronal, de não promover retaliação contra os grevistas, além de não descontar os dias parados e de manter a data-base por mais 30 dias. Eles reclamaram que não foi apresentada nenhuma proposta econômica.
A paralisação geral começou nas primeiras horas da segunda-feira. Na capital mineira, 70% da frota ficou fora de circulação. Já na região metropolitana, 90% dos motoristas cruzaram os braços. Além da capital mineira, as cidades de Sabará, Contagem, Brumadinho, Betim, Ibirité, Pedro Leopoldo e Vespasiano foram atingidas. A Grande BH conta com 65 empresas de ônibus e uma frota de 4.550 veículos.
Os rodoviários decidiram pela greve no domingo (21) durante assembleia. Eles rejeitaram a proposta das empresas de ônibus, que ofereceram 4,36% de aumento salarial, e continuam reivindicando reajuste de 37%, redução da jornada de trabalho para seis horas diárias, fim da função dupla do motorista e fim da compensação de horas extras.
Em nota, as empresas de transporte coletivo da região metropolitana de Belo Horizonte informaram que apresentaram ao sindicato uma proposta de reajuste que coloca os trabalhadores do setor entre os de maior remuneração, considerando os salários pagos em todas as capitais do país. Para as empresas, "a ausência ao trabalho pode representar demissão por justa causa por descumprimento da Lei de Greve".
A Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas (Setop) informou que espera a desenrolar das negociações, mas pode pedir ao MPT autorização para iniciar a contratação emergencial de 1.440 funcionários para cobrir a operação mínima dos veículos na região metropolitana.
Fontel: BOL Notícias
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