O atraso nas obras programadas para os terminais de ônibus de Curitiba trazem problemas aos usuários do sistema. A dor de cabeça é maior nos dias de chuva, quando as goteiras tomam conta da cobertura de alguns terminais. Elas formam poças dificultando o trânsito de passageiros e, por vezes, se tornam verdadeiras cascatas d’água. Parte dos 17 terminais que foram entregues em setembro também apresenta infiltrações. As reformas nas coberturas reduziram, mas não acabaram com as goteiras.
“Chove mais dentro do que fora” – é comum ouvir nos terminais Hauer, do Carmo e Portão. O primeiro está em obras e deveria estar pronto este mês, mas teve o término adiado para março. De acordo com a Urbs, responsável pelo transporte público na cidade, a chuva atrasou os trabalhos. O terminal já teve a cobertura recuperada, só que a operação parece não ter surtido efeito. “Em dia de chuva, é como se abrisse uma torneira nas juntas do teto”, descreve o aposentado João Cardoso de Oliveira, de 70 anos.
O incômodo é maior nos horários de pico, quando o terminal enche de gente. Em uma das plataformas, as goteiras são tão numerosas que as pessoas têm de se apertar nos pontos cobertos. “Busco refúgio nas lojinhas, que têm teto de concreto”, relata Oliveira. Para a auxiliar de serviços gerais Creusa Motta, de 57 anos, o jeito é se proteger como se estivesse na rua. “Fecho a sombrinha para entrar e a abro novamente do lado de dentro”, conta.
No Terminal do Carmo, entregue em setembro com cobertura recuperada, as cascatas regrediram a goteiras, mas persistem. “Dá uma chuva rápida, mas forte, como essas pancadas de verão, já começa a pingar”, queixa-se o relações-públicas Marco Aurélio, de 36 anos. A situação se repete no Portão, também reformado no ano passado. “Não vou dizer que não melhorou, mas era para resNo Terminal Cabral, a infiltração é mais localizada. As instalações passam por obras que deveriam terminar em março. Mas a Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec), responsável pela obra, também afirma que as chuvas atrasaram o cronograma.
Lá, as goteiras permeiam as juntas da cobertura do acesso a duas estações tubo. Como nesses pontos o chão tem afundamentos, a água da chuva cria poças que ocupam toda a largura dos acessos. “A gente sofre para passar. Quem é jovem pula. Eu molho o pé mesmo”, lamenta a telefonista Aurora Aparecida dos Santos, de 50 anos.
Não é a água, mas o ar que perturba quem tem de fazer conexão no Terminal Pinheirinho. O forte cheiro de produtos químicos chega a dar náuseas em quem tem de atravessar a passagem subterrânea. “Embrulha o estômago. O jeito é tapar a boca com um lenço, ou com as mãos mesmo”, receita a auxiliar-administrativa Alessandra Cristina, de 24 anos. No Pinheirinho também foi a chuva que atrasou a obra, prevista para ser concluída em dezembro passado, segundo a Urbs. O novo prazo estipulado é este mês.
- A Urbs informa que a cobertura do Terminal Hauer passará por uma revisão e serão adotadas as medidas necessárias, antes da entrega da obra. O órgão ainda afirma que os terminais entregues estão dentro do prazo de garantia da obra e que todos os problemas detectados serão resolvidos sem custo para o município. No caso do Cabral, os trabalhos – gerenciados pela Comec em contrapartida pela operação do Terminal Guaraituba, em Colombo, pela Urbs – incluem a reforma da cobertura e das estações-tubo. O órgão municipal comunica que está usando uma tinta especial no Pinheirinho e que essa fase estará pronta nos próximos dias.
Fonte: Gazeta do Povo
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