Circulando por Campinas (SP) em anonimato há 16 meses, o ônibus-teste, único em circulação no Brasil, é o centro das atenções de uma equipe de 12 pessoas que tem como objetivo verificar a viabilidade econômica e ambiental dos veículos pesados de transporte público movidos 100% a gás natural. Se tudo der certo, a frota movida a óleo diesel poderá ser convertida para o sistema de Gás Natural Veicular (GNV).
O projeto piloto da Comgás, em parceria com a Itajaí Transportes e a Osasgás, já testou a performance, a durabilidade e a economia do veículo convertido. Agora a equipe trabalha para adicionar mais um cilindro de combustível com o objetivo de aumentar a autonomia do ônibus-teste. Atualmente são necessários dois abastecimentos diários. O ideal é que um ônibus de linha urbana consiga percorrer o circuito de um dia sem precisar parar para reabastecer.
Mesmo com uma parada a mais do que os veículos convencionais movidos a diesel, o ônibus-teste demonstrou ser mais econômico, considerando a vantagem no preço do metro cúbico do gás natural (menos de R$ 1,00 /m³), na comparação ao preço do litro de diesel (em média R$ R$ 1,75 /l). “Além da vantagem econômica, o ônibus-teste apresentou uma boa redução no nível de ruído e melhorias na sua dirigibilidade. No próximo mês substituiremos o sistema eletrônico do veículo para melhorar ainda mais o seu desempenho, que já é de 1,55km/m³”, explica Richard Jardin, gerente de Vendas Veicular da Comgás e coordenador do projeto.
Para ele, os resultados obtidos até agora superaram todas as expectativas da equipe. “Entendemos que a conversão para o gás natural veicular por si só já traz grandes benefícios ambientais e para a saúde pública”.
A grande vantagem do projeto da Comgás é tornar possível a instalação do sistema de GNV no ônibus que já estão em circulação. Isso barateia o custo, permite que o veículo seja reconvertido para diesel no final da sua vida útil e tem grandes benefícios ambientais, pois não demanda a produção de novos motores para a utilização de um combustível mais ecológico.
Só para saber, o gás natural é constituído principalmente por metano (cerca de 90%), um hidrocarboneto extraído do subsolo, resultado da transformação de fósseis de animais e plantas, sendo uma fonte de energia totalmente natural.
O GNV é o mesmo que o gás canalizado utilizado em residências, comércio e indústria. A diferença é o armazenado: ele é transportado sob alta pressão em cilindros especiais instalados nos veículos. Ele emite menos poluentes como óxidos nitrosos, dióxido de carbono (CO2) e, principalmente, o monóxido de carbono (CO), todos gases responsáveis pelo efeito estufa.
Fonte: EPTV
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