O Governo do Estado vai estudar durante esta semana se o sistema metroviário de Salvador vai aderir ou não ao reajuste na tarifa dos ônibus urbanos (de R$ 3,30 pra R$ 3,60), colocado em vigor desde ontem pela prefeitura da capital baiana.
De acordo com a Secretaria de Comunicação (Secom), “a tarifa do metrô segue custando R$ 3,30, por enquanto”.
Ontem, no entanto, o possível reajuste na passagem do modal sobre trilhos foi debatido por membros do governo, em uma reunião a portas fechadas no prédio da Governadoria (CAB), onde funciona também a Secretaria da Casa Civil.
Segundo A TARDE apurou, participaram do encontro os secretários da Casa Civil, Bruno Dauster, de Desenvolvimento Urbano, Carlos Martins, de Infraestrutura, Marcus Cavalcanti, e o presidente da Companhia de Transportes da Bahia (CTB), Eduardo Copello.
A Secom, oficialmente, nega que a reunião tenha existido. O órgão limitou-se a dizer, ontem, que o assunto estava sendo estudado.
A tendência, afirmou uma fonte ligada ao governo e à concessionária CCR Metrô Bahia, é que o reajuste de
R$ 0,30 também aconteça no metrô. Isso porque a integração entre as duas modalidades de transporte seria prejudicada caso o governo decida manter a passagem a R$ 3,30.
Distorção no sistema
Desde segunda, informou um comunicado da CCR, quem pega o metrô pagando R$ 3,30 e na sequência toma um ônibus, tem apenas R$ 0,30 descontados do saldo do bilhete único na segunda perna da viagem (chegando a R$ 3,60).
A integração inversa, entretanto, cria uma distorção no sistema: ao pegar um ônibus por R$ 3,60 e o metrô na sequência, o usuário deveria receber R$ 0,30 de volta, teoricamente, na segunda perna – “o que é operacionalmente inviável”, na avaliação de uma fonte da área ouvida por A TARDE em condição de anonimato.
Outro ponto que pode ser afetado, caso o reajuste não ocorra, é o cálculo para a divisão do valor arrecadado. Até o dia 1º, cada tarifa de R$ 3,30 paga em uma integração era dividia em três partes: R$ 1,10 da CCR, R$ 1,10 das empresas de ônibus de Salvador e R$ 1,10 para as empresas dos ônibus metropolitanos, que também participam da integração.
Com duas tarifas em vigor no sistema de transporte, avalia a fonte ouvida pela reportagem, esse cálculo seria “bastante dificultado”.
Na nota que divulgou à imprensa, sobre como está ocorrendo a integração após o reajuste da tarifa dos ônibus, a concessionária informou apenas que “a tarifa pública para utilização do metrô de Salvador é definida pelo Governo do Estado da Bahia”.
O que se comenta é que o governo, que quer evitar o desgaste de repassar o reajuste para o passageiro do metrô, está tentando achar alternativas para a questão.
* Colaborou Anderson Sotero