Os ferroviários da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) encerraram a greve da categoria na noite desta quinta-feira (13) após assembleia dos funcionários, segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona Sorocabana.
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Foto: Diário da CPTM |
A categoria deve voltar a trabalhar ainda nesta noite, mas não há previsão para o horário de retorno ao funcionamento. As Linhas 11- Coral e 12-Safira continuavam paralisadas no início da noite. A Linha 9-Esmeralda, que também estava parada, voltou a funcionar no trecho entre as estações Grajaú e Pinheiros por volta das 17h40 desta quinta-feira (13).
De acordo com o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 2ª Região, a greve foi julgada não abusiva, com determinação de retorno imediato de 100% da categoria, sob pena de multa diária de R$ 200 mil. Houve um aumento da multa, que antes era de R$ 100 mil reais. Na próxima quarta-feira (19) haverá uma segunda reunião do julgamento do dissídio coletivo, também no TRT.
Nas linhas paralisadas, funcionava o Plano de Apoio entre Empresas em Situação de Emergência (Paese), com ônibus percorrendo os trechos entre as estações paralisadas. A estação Júlio Prestes da Linha 8-Diamante também estava fora de funcionamento no horário.
Encerramento
A greve que afeta quatro linhas da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) será encerrada nesta quinta-feira (13), segundo Everson Craveiro, representante do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias de Transporte de Passageiros da Zona Sorocabana.
Funcionários e representantes do sindicato dos ferroviários se reuniram em frente à Estação da Luz, na região central de São Paulo, nesta tarde para avaliar o movimento. O grupo anunciou que a greve será encerrada após julgamento do movimento no Tribunal Regional do Trabalho (TRT).
"Vamos terminar a greve comemorando ou decidindo nosso próximo passo", disse. Segundo ele, a paralisação será encerrada independentemente da decisão da Justiça. A sessão do tribunal ocorre às 17h no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), na Rua da Consolação.
"Os trens voltam a funcionar tão logo a gente saia do tribunal e chegue aos locais de trabalho", disse. "Vamos voltar a trabalhar porque não tem mais o que fazer na greve. (...) O ferroviário é pacífico e tem comando", afirmou.
O grupo, até o fim da assembleia, por volta das 15h30, não havia chegado a um acordo com a CPTM em relação a três principais pontos: vale-alimentação, planos de cargo, carreira e salário e adicional de risco de vida.
Durante assembleia, representantes de outras entidades e sindicatos deram apoio à causa dos ferroviários. Altino de Melo Prazeres Júnior, presidente do sindicato dos metroviários, foi um deles. "A causa é uma só!", afirmou.
Ao fim da assembleia, os manifestantes se dirigiram em passeata até o TRT, com o pedido de Craveiro de que a marcha seja feita de "forma organizada" e "sem baderna".
Segundo a assessoria do TRT, no fim da tarde os magistrados irão julgar se a greve é ou não abusiva. Na quarta, durante audiência no TRT, representantes da CPTM e do sindicato dos ferroviários não chegaram a acordo.
Paralisação
A paralisação dos ferroviários interrompe completamente as linhas 9-Esmeralda, 11- Coral e 12-Safira. A linha 8-Diamante, que funcionava normalmente, agora circulará apenas entre as estações Itapevi e Barra Funda.
A greve dos funcionários da CPTM começou à 0h desta quinta-feira, após assembleia realizada na noite desta quarta-feira (12). Em nota, a CPTM afirmou que considera irresponsável a decisão dos sindicatos que representam os empregados das linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda 11-Coral e 12-Safira de paralisar a prestação dos serviços.
A companhia divulgou nota dizendo que considera irresponsável a decisão do Sindicato dos Trabalhadores da Zona Sorocabana, representante dos empregados das linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda e do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona Central, que representa os empregados das linhas 11-Coral e 12-Safira de paralisar a prestação dos serviços.
Diretor do Sindicato Central do Brasil, Lourival Júnior afirma que a categoria está em campanha salarial desde março e esgotaram-se as tentativas de conciliação na Justiça do Trabalho. "A gente ainda aguarda uma proposta digna", afirmou. O sindicato exige reajuste de 6,77% para reposição da inflação medida pelo INPC, do IBGE, e mais 5% a título de produtividade.
Segundo a CPTM, na reunião de conciliação realizada nesta terça-feira (12), no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) a CPTM apresentou nova proposta garantindo 8,56% de reajuste salarial, que repõe a inflação do período, considerando o IPC-FIPE de 5,91%, e garante aumento real de 2,5%.
Além disso, também foi oferecido aumento de 20% no vale-refeição, que passaria de 22 para 24 cotas de R$ 23 por dia, totalizando R$ 552 ao mês. A empresa diz também que ofereceu a substituição da cesta básica por vale-alimentação, valor de referência ampliado de R$ 76,86 para R$ 100 e benefício optativo de adiantar 50% do 13º salário em janeiro.
O Sindicato dos Engenheiros Ferroviários em São Paulo e o Sindicato dos Ferroviárias de São Paulo chegaram a um acordo com a CPTM em relação à campanha salarial e aceitaram o reajuste salarial de 6,97% e a implantação de plano de cargos, carreiras e salários com adequações salariais.