A Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU), SP, estatal responsável pelo projeto, diz, em nota, que o atraso é decorrente de “pedidos de esclarecimentos e recursos impetrados pelos licitantes durante o processo de pré-qualificação”.
Essa pré-qualificação deveria selecionar empresas aptas a executar as obras. Há sete consórcios pré-qualificados. A divulgação do consórcio vencedor e a assinatura do contrato estão previstos para novembro.
O projeto é discutido há quase uma década. O VLT da Baixada deverá retirar 23% dos ônibus em circulação nas saturadas vias da ilha de Santos. Cada trem do VLT deve transportar 400 pessoas, com velocidade máxima de 80 km/h.
O traçado tem extensão total de 24,8 quilômetros e haverá integração tarifária com a rede de ônibus intermunicipal – que hoje transporta os moradores de São Vicente, Praia Grande, Itanhaém e Mongaguá até o trabalho, em Santos.
A entrega de todos os trens deve ser concluída até abril de 2015 e a previsão de investimento é de R$ 284,3 milhões nos veículos. O total do projeto é estimado em R$ 670 milhões.
Complexidade
A execução da obra passa por um complicado processo de licitação. São três certames diferentes em andamento ao mesmo tempo: um para compra dos 22 trens, outro para a elaboração dos projetos executivos dos quatro trechos e o terceiro para a escolha das empresas que farão as obras civis.
Esse modelo de licitação foi adotado após o fracasso da proposta estadual de executar a obra por meio de uma Parceria Público-Privada (PPP). O processo foi lançado em fevereiro do ano passado e pretendia repassar à iniciativa privada a responsabilidade para execução das obras. O problema foi que o projeto não atraiu nenhum interessado.
Com o desinteresse, o Estado assumiu o projeto sozinho e passou a selecionar as empresas. As obras que devem começar em janeiro serão do chamado “trecho prioritário”, entre o Terminal Barreiros, no leste da ilha, e o Terminal do Porto, no oeste. Os demais trechos não têm data prometida para início das obras.