De acordo com o presidente do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc), Anderson Teixeira, o sindicato patronal que representa a categoria apresentou uma proposta de 7% de aumento total – aproximadamente 1,37% acima das perdas da inflação. Os trabalhadores exigem 40% de aumento. “Essa proposta de 7% é uma vergonha”, classifica Teixeira. Ele garante que a categoria não vai aceitar um reajuste abaixo de 10,3%, valor que, segundo o Sindimoc, foi negociado com os metalúrgicos no estado.
Com a paralisação, a expectativa é que apenas 30% dos cerca de 1,2 mil ônibus de Curitiba e RMC (360 veículos) deverão circular na cidade. Segundo o Sindimoc, os trabalhadores seguirão para os portões das 30 empresas responsáveis pelos coletivos da capital para evitar que os ônibus deixem as garagens. “Infelizmente não sabemos se será possível respeitar os 30% [de veículos nas ruas] porque não sabemos quanto isso representa”, diz Teixeira. Segundo ele, foi solicitado à Urbanização de Curitiba S.A. (Urbs) o valor exato da frota da capital, mas os números não foram passados.
O presidente do Sindimoc ainda esclareceu que a decisão de iniciar a greve às duas horas ocorre em respeito às pessoas que estavam fora de casa no momento em que foi confirmada a greve e precisam retornar. “Queremos ser tratados com dignidade, infelizmente isso terá um reflexo para a população”, explica Teixeira. Ele ainda pediu que o movimento seja pacífico, sem vandalismo e garantiu que continua em negociação com o sindicato patronal.
Além do aumento salarial, os trabalhadores apresentaram uma pauta com mais de 50 reivindicações. Entre as principais estão o reajuste de 18% no vale-alimentação e a mudança da escala de sete dias de trabalho com um de folga para seis de trabalho e um de descanso. O Sindimoc alega que “a categoria é a única que tem uma semana de oito dias”. Eles ainda exigem melhorias nas condições de trabalho, aumento da verba para saúde e treinamentos para os funcionários.
Nesta segunda-feira, os funcionários se reuniram com representantes da Setransp, mas não chegaram a um acordo. Segundo a assessoria de imprensa do sindicato patronal, não há possibilidade de apresentar uma proposta de aumento real. Os patrões ainda afirmaram que, a pedido do Sindimoc, não poderiam fornecer maiores detalhes sobre as negociações.
Ainda pela manhã, a Urbs afirmou que se trata de uma negociação entre o sindicato patronal e o dos trabalhadores e que não vai se manifestar sobre o assunto.
Informações: Gazeta do Povo