No início da manhã e fim da tarde, as pessoas sentiram os transtornos de não ter ônibus disponíveis na cidade
A greve dos motoristas, trocadores e fiscais de ônibus, em Fortaleza, provocou transtornos a população, fato já esperado. Mas, os problemas foram bem menores do previsto, muito provavelmente pelo percentual da frota de ônibus circulando. Segundo a Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor), trafegaram entre 49% a 64% da frota, sendo este último às 8h45.
Os problemas maiores foram registrados no período da manhã. Nas primeiras horas do dia, os terminais de integração ficaram lotados com passageiros enfrentando o sufoco para conseguir se deslocar por Fortaleza. Muitas pessoas chegaram atrasadas no trabalho.
Nos terminais do Siqueira e Parangaba, houve também quem desistisse do embarque. A opção pelo veículo particular congestionou várias ruas e avenidas de Fortaleza. Apesar do anúncio antecipado da paralisação do sistema de transporte público, muitos usuários não conseguiram buscar maneiras alternativas para se deslocar e acabaram encarando a confusão nos terminais.
"Cheguei aqui no Siqueira (terminal) às 5 horas, como costumo fazer todos os dias e até agora (6h50) não consegui entrar no ônibus Siqueira/Barão de Studart", conta a cozinheira Erli Braga Barbosa, que reside no Bom Jardim, periferia da cidade.
Por volta do meio dia, os grevistas fecharam, por uma hora, o terminal da Parangaba. Colocaram três veículos na entrada e saída do local, impedindo a circulação dos carros. Segundo o diretor técnico do Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Ceará (Sindiônibus), Dimas Barreira, informou que a paralisação atingiu somente os veículos que estavam no interior do terminal. "Aqueles que estavam fora conseguiram contornar para o desembarque dos passageiros". Para ele, a ação justifica o pedido de abusividade da greve.
Já o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado do Ceará (Sintro) nega que tenha fechado o terminal. A assessora jurídica, Eliana Ferreira, informou que foi realizada apenas uma pequena assembleia com os trabalhadores que não estavam trabalhando, ou seja, os 30% liberados pelo TRT para participar do movimento grevista.
No período da tarde, motoristas de ônibus realizaram mobilização em frente a empresas de transporte na Capital. Uma das empresas a receber a visita dos manifestantes foi a Dragão do Mar, no Passaré. O objetivo dos grevistas foi tentar convencer outros colegas de profissão a aderir ao movimento.
Também à tarde, as pessoas voltaram a sentir os transtornos de não ter ônibus disponíveis. A fonoaudióloga Nínive Tavares, que trabalha no Centro, passou meia hora esperando a saída de um veículo no fim de linha, próximo ao colégio Liceu. Mas a espera foi em vão. Com o tempo corrido, ela decidiu pegar um mototáxi para chegar até o Benfica. "Chegaram três ônibus, mas os motoristas se negavam a sair", reclamou.
Já nos terminais, o movimento ficou mais intenso no fim da tarde. Com filas imensas e longa espera, o sufoco era grande para conseguir pegar um ônibus. O problema maior foi a demora, resultado da lentidão proposital dos motoristas. Além disso, eles não estavam pegando passageiros nas paradas, como informaram alguns usuários.
Fonte: Diário do Nordeste