O sistema de transporte público operado em Curitiba consiste em vias exclusivas para o tráfego de ônibus expressos. Os ônibus são longos, divididos em três seções ligadas por conexões sanfonadas e param nas estações-tubo, com acesso para cadeirantes. Os técnicos lembram a época em que Curitiba implantou o sistema, criando um novo termo na literatura mundial na área de transporte chamado BRT (Bus Rapid Transit). Nessa nova modalidade, ônibus operam com eficiência máxima, de forma integrada, em harmonia com o espaço urbano.“O grande marco foi o plano diretor de 1966, com a estruturação da cidade, corredores, estrutura linear e destinação de duas faixas exclusivas para ônibus. Até então, a cidade era cheia de pontos de ônibus e todas as linhas seguiam para o centro. Nos anos 70, com a inauguração do primeiro corredor, o fluxo de linhas para o centro diminuiu e se distribuiu. Outras vias foram liberadas para os automóveis e o espaço para o transporte público foi preservado, o que é a grande marca de Curitiba”, explica o mestre em engenharia de transporte Garrone Reck, professor do Departamento de Transporte da Universidade Federal do Paraná.A administração do transporte público é coordenada pela Urbanização de Curitiba (Urbs), vinculada à Prefeitura. A concessão é feita a 10 empresas urbanas e 19 metropolitanas, mas é a Urbs que contrata as empresas operadoras, define os itinerários, horários, vistoria a frota, define o custo por quilômetro e propõe a tarifa. A frota é composta por 1.980 ônibus, que circulam em 395 linhas nas canaletas com extensão de 72 quilômetros, cobrindo a cidade nos principais eixos. Por esses ônibus passam diariamente cerca de dois milhões de passageiros.
Os ônibus têm vida média de dez anos e são renovados pelas empresas, que investem e são remuneradas pela Urbs. Em 2006 e 2007, a frota foi ampliada em 62 ônibus. Só em junho de 2008 foram substituídos cem ônibus com mais de dez anos, um investimento de R$ 25 milhões feito pelas empresas concessionárias. Os novos ônibus, que vão entrar em circulação em setembro, são equipados com motores menos poluentes, que usam biodiesel, dotados com GPS e sistema de áudio MP3, com música clássica para os usuários. Os modelos, que devem transportar 130 mil passageiros por dia, vão irrigar uma nova rota, chamada Linha Verde, em construção pela Prefeitura. A previsão é reduzir o tempo de viagem, já que haverá menor número de estações-tubo dos bairros até o centro da cidade.
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