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Duas linhas de ônibus são criadas em Teresina

quarta-feira, 2 de julho de 2025

Duas novas linhas de ônibus foram criadas para atender comunidades da zona Leste de Teresina, capital do Piauí. A Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans), por meio da Diretoria de Transportes Públicos, anunciou a novidade na manhã desta segunda-feira (30), por meio de nota.

Linha 402 (Vila Bandeirante – Planalto Ininga / Via Porto do Centro): O itinerário inclui a Rua Pardal, Escola Municipal Casa Meio Norte, Rua Engenheiro Josué de Araújo Luz, Rua Senador Mendonça Clark, Rua Marte e UPA do Satélite, seguindo em direção ao centro de Teresina.

Linha 405 (Planalto Uruguai – Jockey Clube / Via Morros Leste): Esta linha passará pelo bairro Morros Leste, centro comercial e centro administrativo, retornando ao bairro de origem.

Segundo a superintendência, as linhas foram solicitadas em 2022 e atendidas somente este ano. A STRANS ainda frisou que novos estudos estão em andamento para outras regiões da cidade, buscando repor a frota de ônibus de acordo com a demanda dos usuários.

REDUÇÃO DE PASSAGEIROS E DE VEÍCULOS

O órgão informou que, antes da Pandemia da Covid 19, eram 6 milhões de passageiros mensais para 400 veículos e atualmente são apenas 2 milhões de passageiros para 280 veículos conforme o sistema contabilizado nas catracas. 

Em nota, a Prefeitura de Teresina destacou que pretende reativar o Sistema de Integração com a volta dos terminais. 

Informações: MeioNews

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Tarifa de ônibus de Curitiba não terá reajuste durante transição para novo contrato de concessão

A tarifa do transporte coletivo de Curitiba será mantida sem reajuste durante o período de transição entre o atual contrato de concessão e o novo modelo que está sendo elaborado pela Prefeitura em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

A previsão é que o novo edital da concessão seja publicado em setembro, quando expira o contrato vigente. O leilão está previsto para dezembro. A transição deve durar de 12 a 24 meses até a plena operação do novo sistema.

“A preparação do edital segue dentro do cronograma. A previsão é realizar audiências públicas em julho, publicar o edital em setembro e realizar a licitação em dezembro. A transição operacional começa em janeiro, com aquisição de ônibus e adequações em garagens e sistemas. Durante esse período, o prefeito Eduardo Pimentel já determinou,  não haverá aumento na tarifa, garantindo que o usuário não seja prejudicado”, afirmou Ogeny Pedro Maia Neto, presidente da Urbanização de Curitiba (Urbs), responsável pela gestão do transporte coletivo.

Para viabilizar a transição sem interrupções no serviço, a Prefeitura encaminhou à Câmara Municipal de Curitiba (CMC), na segunda-feira (30/6), um projeto de lei que autoriza a extensão do contrato atual por até 24 meses. A proposta altera a Lei Municipal nº 12.597, de 17 de janeiro de 2008, que regula o sistema de transporte coletivo na capital.

A extensão contratual se baseia na Lei Federal nº 13.448/2017 — referência para concessões federais nas áreas de ferrovias, rodovias e aeroportos — e também já aplicada em contratos de concessão em São Paulo. O objetivo é garantir tempo hábil para a transição sem necessidade de novos investimentos que comprometam a viabilidade econômica do sistema ou resultem em aumento da tarifa.

A proposta também visa assegurar segurança jurídica, regras claras para o processo de transição e adequação às novas demandas do setor, como a adoção de matrizes energéticas sustentáveis e maior agilidade na contratação de serviços. O projeto moderniza a legislação do transporte coletivo e busca equilibrar inovação e continuidade, preservando a sustentabilidade financeira do sistema e a qualidade dos serviços prestados à população. 

Recomendações do TCE
A iniciativa também atende a recomendações do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR), que orientou a Prefeitura a realizar estudos técnicos e econômicos para definir o prazo das novas concessões, estipulando-o no edital e não mais em lei. Segundo o TCE-PR, a definição prévia de prazos contratuais sem embasamento técnico pode comprometer a eficiência e a legalidade do processo. A modelagem em curso para o novo edital busca justamente atender a essa exigência.

Informações: Prefeitura de Curitiba

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Prefeitura de Goiânia levará metronização a outras linhas, além do corredor BRT

A metronização implantada pela Prefeitura de Goiânia no corredor de ônibus rápido BRT Norte-Sul entre a Praça Cívica e o Terminal Isidória diminuiu o tempo de viagem de 18 para nove minutos. O sistema libera semáforos para ônibus do transporte coletivo eliminando paradas desnecessárias. A prefeitura afirma que o ganho não se restringe ao BRT e projeta levar o sistema para outras linhas.
Fotos: Alex Malheiros

“Estaremos implantando nos dois eixos do BRT, mas também iremos implantar nas demais linhas ou faixas exclusivas de ônibus”, disse. A expectativa é alcançar 200 quilômetros de metronização em quatro anos.

Com o primeiro trecho em operação, a velocidade média dos ônibus saltou de 15?km/h para 22?km/h, segundo a prefeitura. O objetivo é elevar esse índice a 25?km/h em breve, ampliando a eficiência do transporte coletivo.

O trecho metronizado entre os dois terminais conta com sete estações e 15 cruzamentos semafóricos. Segundo Mabel, “a metronização de Goiânia vai fazer com que a cidade ande mais”. “Isso vai dar uma agilidade no transporte coletivo e vai fazer com que o usuário ganhe muito tempo nas suas viagens”, diz. Além de priorizar ônibus, o prefeito ressalta que a tecnologia beneficia todo o trânsito.

“Ela não é só a sincronização de semáforo, mas a sincronização do trânsito de uma maneira geral. […] Essa inteligência artificial vai ser aplicada em todo o processo semafórico. Nós temos 900 semáforos que serão sincronizados dessa forma”, assegura.

O secretário de Engenharia de Trânsito (SET), Tarcísio Abreu, destaca o ganho para o usuário. “Com tags (dispositivos eletrônicos) instaladas dentro do carro, sensores, inteligência artificial, o usuário ganha exatamente isso. Redução do tempo de espera, uma viagem mais rápida e, além disso, ele ganha mais tempo com a sua família.” Abreu conclui que esse avanço torna o BRT de Goiânia “uma referência nacional”.

Entenda como funciona a metronização

O sistema opera por meio de tags (dispositivos eletrônicos) instaladas nos veículos que se comunicam em tempo real com os semáforos ao longo do trajeto. Ao identificar a aproximação do ônibus, os sensores antecipam a liberação do sinal, garantindo prioridade de passagem. A tecnologia já foi aplicada no Eixo Anhanguera, o chamado BRT Leste-Oeste, entre o trecho dos terminais Novo Mundo e Praça da Bíblia.

A modernização faz parte do programa Nova Mobilidade, que prevê renovação da frota, modernização das estações, segurança nos terminais e estímulo à mobilidade ativa, com integração a outros modais. O objetivo é recuperar a confiança no transporte público e enfrentar a sobrecarga do sistema viário provocada pelo uso excessivo de veículos particulares.

Informações: PortalNotíciasGoias

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No DF, Pagamento digital no transporte público completa um ano em 100% das linhas

Em 1º de julho de 2024, há exatamente um ano, a Secretaria de Transporte e Mobilidade (Semob-DF) iniciou a implantação do sistema digital de pagamento de passagens no transporte público coletivo do Distrito Federal. O projeto começou com 52 linhas – o equivalente a 5,65% da rede – e foi ampliado gradualmente até alcançar todas as 931 linhas em operação, no dia 11 de dezembro do mesmo ano.

Com a modernização, a maior parte dos usuários adotou os meios digitais. Segundo dados do Sistema de Bilhetagem Automática (SBA), o pagamento em dinheiro – agora restrito à compra de bilhete avulso – representa apenas 1,24% dos mais de 1,4 milhão de acessos diários. Cerca de 70% das viagens são pagas com cartões ou dispositivos por aproximação.

Mais da metade dos acessos pagos (37,75% do total geral, incluindo gratuidades) é realizada com o Cartão Mobilidade. O Vale-Transporte responde por 22,2%, e os cartões bancários (EMV), por 9%.

O secretário de Transporte e Mobilidade, Zeno Gonçalves, avalia que o sistema tem evoluído com uma série de melhorias: “O pagamento digital foi implantado em tempo recorde, trazendo agilidade e segurança para passageiros e rodoviários. A frota está sendo renovada com veículos mais confortáveis e menos poluentes. E agora temos o Centro de Supervisão de Operações, que permite acompanhar as linhas em tempo real e viabiliza o desenvolvimento de um aplicativo para que os passageiros possam planejar suas viagens”, afirmou.

De acordo com o secretário de Transporte e Mobilidade, Zeno Gonçalves, a frota do DF está sendo renovada com veículos mais confortáveis e menos poluentes

Emissão e recarga

Segundo o BRB Mobilidade, operador do SBA, a emissão do Cartão Mobilidade cresceu 47% desde o início da digitalização. De julho de 2023 a 31 de maio deste ano, o número de cartões emitidos passou de 491.331 para 723.469 unidades.

Cerca de 55% das recargas são feitas via Pix. Para quem prefere pagar em dinheiro, há 204 pontos de atendimento em todo o Distrito Federal, além de 70 locais para emissão de novos cartões ou segunda via. Os postos podem ser encontrados neste link.

*Com informações da Secretaria de Transporte e Mobilidade (Semob-DF)

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Prefeitura de Uberlândia inicia testes com três ônibus elétricos no transporte público

A Prefeitura de Uberlândia, por meio da Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (Settran), iniciou, nesta segunda-feira (30), um período de testes com três ônibus elétricos no sistema de transporte público da cidade. O objetivo é avaliar o desempenho, a eficiência energética e o conforto oferecidos pelo veículo, além de estudar a viabilidade de uma eventual e futura adoção dessa tecnologia na frota do Sistema Integrado de Transporte (SIT) na zona urbana da cidade. Os ônibus elétricos foram apresentados nesta segunda (30), no Terminal Canaã, na região Oeste, com a presença do prefeito Paulo Sérgio.

Um dos veículos circulará sem passageiros por três dias, em uma linha especial, e será operada pela concessionária Sorriso de Minas. Em seguida, os testes, já com os três veículos, terão continuação, por mais 30 dias, com a participação dos passageiros, nas linhas I480 (Terminal Canaã / Terminal Planalto), T140 (Terminal Planalto/ Terminal Central) e T121 (Luizote / Terminal Umuarama). Após o uso pela empresa Sorriso de Minas, o primeiro veículo testado será incorporado, para mais testes, à frota das concessionárias São Miguel e Autotrans em linhas a serem definidas.

Nestes 30 dias de testes, os clientes do SIT terão a experiência de utilizar um transporte que tem como objetivo ser mais sustentável, silencioso, com zero emissão de poluentes e menor nível de ruído. Os ônibus elétricos são fabricados por meio de uma parceria das empresas chinesas BYD e Ankai e a brasileira Marco Polo.

A ação conta com a parceria com as fabricantes dos veículos, que cederam o ônibus para os testes e sem custos para o município. Ao longo do período de avaliação, a Prefeitura de Uberlândia coletará os resultados técnicos operacionais, analisando a viabilidade e a percepção dos usuários sobre a operação dos veículos.

Também nesta segunda (30), a Transcon – Autarquia Municipal de Trânsito e Transportes, responsável por cuidar da mobilidade urbana de Contagem (MG), realizou uma visita técnica à Uberlândia para conhecer o Sistema Integrado de Transporte (SIT) e acompanhou o início dos testes com os ônibus elétricos na cidade.

Informações: Prefeitura de Uberlândia

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No Recife, Linha 142 passa a realizar integração temporal com três linhas com destino ao centro


Diante das deliberações apresentadas em reunião entre o Consórcio de Transporte Metropolitano (CTM) e lideranças comunitárias de Alto Dois Carneiros, informamos que a linha 142 – ALTO DOIS CARNEIROS/TI TANCREDO NEVES passou a realizar integração temporal com as linhas 4123 – TRÊS CARNEIROS BAIXO (CAIS DE SANTA RITA), 4133 – TRÊS CARNEIROS (CAIS DE SANTA RITA) e 4137 – UR-11 (CAIS DE SANTA RITA). 

Com isso, a população da localidade passará a contar com mais opções de ônibus com destino ao Centro do Recife. O trecho onde pode ser realizada a integração temporal é a partir da Avenida Santos, até a Avenida Recife com a Rua Jean Emile Favre.

Informações: GRCT

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BNDES aprova R$ 445,2 milhões para a Marcopolo exportar veículos e carrocerias

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamento no valor de R$ 445,2 milhões (US$ 80 milhões) para a Marcopolo S.A. produzir veículos de transporte de passageiros e carrocerias que serão exportados.

O financiamento, por meio da linha BNDES Exim Pré-Embarque, permitirá que a empresa com sede em Caxias do Sul (RS) amplie sua participação no mercado internacional. Os veículos e carrocerias serão exportados para diversos países, com destaque para Chile, Peru, Argentina e países da África.

“O apoio às exportações das empresas brasileiras está alinhado com o objetivo estratégico do governo do presidente Lula de garantir competitividade à indústria brasileira no exterior e de promover o ingresso de divisas no país e de modernização da economia. Com essa estratégia, fortalecemos setores de alto valor agregado, que geram empregos de qualidade e renda”, explica o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.

“Ao longo dos anos, a parceria BNDES e Marcopolo tem sido fundamental para impulsionar a nossa competitividade no mercado internacional, incentivando o aumento das exportações, a geração de empregos e o nosso desenvolvimento tecnológico no Brasil. Somos uma empresa brasileira líder na produção de carrocerias de ônibus, com forte atuação global e com produtos exportados presentes em mais de 100 países”, reforça o CFO da Marcopolo, Pablo Freitas Motta.

Segundo o diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do Banco, José Luís Gordon, a operação aprovada pelo BNDES está alinhada à Nova Indústria Brasil. “A política industrial tem como uma das missões tornar a indústria nacional mais produtiva, mais inovadora e mais exportadora. Neste contexto, instrumentos de apoio às exportações de empresas brasileiras são fundamentais para aumentar a utilização da capacidade instalada das fábricas e manutenção de empregos no Brasil”, afirma Gordon.

A Marcopolo conta com apoio do BNDES há mais de 30 anos na área de comércio exterior. A empresa já contratou cerca de 248 operações correspondentes a um volume de mais de R$ 5 bilhões. Nos últimos dois anos, foram aprovadas cinco operações de financiamento à produção para exportação de ônibus e carrocerias para ônibus, no âmbito do BNDES Exim Pré-embarque, no valor total de cerca de R$ 741 milhões. O Banco também financiou exportações de veículos e carrocerias para diversos clientes e países, no âmbito do BNDES Exim Pós-embarque, no valor aproximado de R$ 75 milhões.

Informações: BNDES

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SuperVia deixará a concessão com trens precários e viagens demoradas

segunda-feira, 30 de junho de 2025

A SuperVia assumiu o transporte ferroviário de passageiros na Região Metropolitana do Rio em novembro de 1998. Após quase 27 anos, a concessionária deve entregar o serviço ao governo estadual até o fim de setembro, como foi definido no acordo judicial assinado entre as partes em dezembro de 2024. E vai devolvê-lo mais lento: o usuário hoje gasta mais tempo dentro das composições do que na época em que a empresa venceu a licitação. Em alguns casos, a diferença, para pior, chega a ser de 28 minutos, levando em conta apenas os horários de pico. Não é só. Além de rodar com trens das décadas de 50 e 60 do século passado em trechos não eletrificados, a concessionária não conseguiu atingir a meta de dois milhões de usuários transportados diariamente em cinco anos — estabelecida por Marcello Alencar, que governou o estado entre 1995 e 1999.

Atualmente, são transportados em média 300 mil passageiros por dia — o mesmo número de quase três décadas atrás. O tempo de viagem praticado em 1998 consta nos anexos do contrato de concessão. Segundo o documento, o percurso da Estação Pedro II (Central do Brasil) até Santa Cruz era feito em 75 minutos. Hoje, o mesmo trajeto dura 98 minutos. No ramal Belford Roxo, a distância entre o município da Baixada e a Central era vencida em 53 minutos, contra os 64 da grade atual. Fechada, a antiga Estação Barão de Mauá, na Leopoldina, era ponto de partida do ramal Gramacho, que, em 37 minutos, avançava por trilho até a estação de mesmo nome. A viagem agora sai da Central do Brasil e dura 59 minutos. Quem recorre às composições do ramal Japeri perde ainda mais tempo: no fim da década de 90, o trem fazia o percurso até a Central em 75 minutos, contra os atuais 103. A menor diferença ficou com Deodoro, que passou de 40 minutos para 50.

— Ando de trem há mais de 30 anos. Antigamente era ruim, não tinha ar-condicionado nem nada. Mas o tempo de viagem parecia mesmo ser menor — lembra a cuidadora Celeste Dorneles, de 58, usuária do ramal Japeri.

Valmir de Lemos, presidente do Sindicato dos Maquinistas, observa que o maior tempo de viagem nos trens vem da obrigatoriedade de redução da velocidade, que, por sua vez, se deve ao estado da via permanente — termo técnico para definir instalações e equipamentos que permitem a passagem do trem.

— Há problemas na via permanente e de sinalização. Os trilhos não estão em bom estado, e há dormentes de madeira apodrecidos. Os trens têm de circular entre 40 e 50 quilômetros por hora para que acidentes não ocorram — diz ele.

Opinião parecida tem o engenheiro ferroviário Hélio Suevo Rodrigues, vice-presidente e diretor da Associação dos Engenheiros Ferroviários:

— Os trilhos de modo geral necessitam de substituições em trechos localizados. Agora, a situação mais crítica se refere à substituição de dormentes. Com restrições e dormentes podres, ocorre uma diminuição da velocidade operacional. Não só pela via permanente, mas também pela decadência do sistema de sinais e do furto de cabos. Tem certos trechos em que a velocidade operacional dos trens é de 40 quilômetros por hora. Antes, dependendo do trecho, chegava a 60km/h ou até 70km/h.

Problemas no caminho
A reportagem do GLOBO viajou por três semanas nas composições da SuperVia, entre os últimos dias 6 e 25, por cinco ramais e três extensões. Além do descontentamento dos passageiros, flagrou trens superlotados nos horários de pico, aglomeração nas estações para esperar a abertura das portas, na tentativa de encontrar um lugar para viajar sentado, e defeitos apresentados durante as viagens.

Um deles aconteceu quase no fim do trajeto de uma composição que fazia a ligação entre Central do Brasil e Belford Roxo, na noite do dia 6. Pouco após sair da estação Coelho da Rocha, o trem parou a cerca de 600 metros de distância da última estação do trecho. Quando as portas abriram, os passageiros desceram e caminharam pelos trilhos para completar a viagem.

Outro sufoco foi no início da manhã do dia 17 de junho. Na décima estação do trajeto, em Anchieta, a composição, que estava lotada, apresentou pane em uma das portas dos vagões logo na partida, que seguiu aberta até duas estações depois, em Deodoro. Lá, um funcionário fez a manutenção necessária.

Números da Agência Reguladora de Transportes Públicos do Rio de Janeiro (Agetransp) revelam uma rotina de atrasos sobre trilhos. Em 2024, 4.990 viagens foram canceladas ou interrompidas por motivos não justificados em todos os ramais e extensões. Em média, significa que foram registradas 13 ocorrências por dia no ano passado.

Uma das heranças que a SuperVia deixará será um cemitério ferroviário, onde 79 composições repousam enfileiradas num pátio entre o muro da estação de Japeri, na Baixada Fluminense, e uma passarela. Um relatório feito pelo Departamento Técnico de Patrimônio da Companhia Estadual de Transporte e Logística, empresa pública que substituiu a Companhia Fluminense de Trens Urbanos (Flumitrens), considerou-as inservíveis ou não operacionais. O maquinário teve peças retiradas, como cabos de alta e baixa tensão, tubulações do sistema de freio, componentes elétricos e portas.

As composições são das séries 500, 700 e 900, fabricadas entre os anos 70 e 80. Para os moradores, a presença dos trens parados virou sinônimo de perigo. Uma rápida olhada para o interior dos vagões, em sua maioria sem portas, sugere que o movimento por lá é maior durante a noite — e, no mínimo, suspeito. No interior de uma composição havia restos de utensílios usados no consumo de crack. Do lado externo de outra, a frase “viva a maconha” foi pichada com tinta preta.

Em um pátio próximo da estação Deodoro, 113 vagões de composições antigas, que transportavam passageiros pela extinta Flumitrens, aguardam algum destino. Foram penhorados numa ação judicial de 1997, anterior à gestão da SuperVia, originada por um pedido de indenização de uma mulher que caiu do trem. Procurada, a Central Logística informou que os 79 trens de Japeri serão retirados da lista de bens da SuperVia, e leiloados. Já no caso dos vagões um acordo foi feito para que sejam leiloados e vendidos como sucata. O dinheiro arrecadado vai servir para quitar parte do pagamento da indenização à vítima.

A SuperVia alega que o problema de portas abertas ocorre quando uma válvula de segurança é acionada indevidamente. Quanto a trilhos e dormentes, a empresa informa que a via é inspecionada segundo normas nacionais e internacionais. E que, nos últimos 18 meses, foram substituídos mais de 45 mil dormentes e 402 toneladas de trilhos. A concessionária diz que, após a pandemia da Covid-19, enfrentou desafios por conta da diminuição de passageiros e do aumento do furto de materiais. Por isso, foi obrigada a adaptar intervalos e horários de partida.

Agora, o governo estuda como será a escolha da empresa que vai administrar o sistema de trens e o modelo de gestão.

Informações: Extra Globo

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