Nesse meio tempo, quatro mil “colectivos” foram substituídos por ônibus convencionais, articulados e biarticulados, tirando milhares de carros das ruas e aliviando os impactos do rodízio imposto pela Alcadia Maior, instituição equivalente a uma prefeitura. A nova frota, composta por modelos produzidos pelas encarroçadoras brasileiras Busscar, Comil e Superpolo (joint-venture entre o grupo local Fanalca e a gaúcha Marcopolo), opera diferentes tipos de linhas integradas, onde por meio de cartão se paga uma tarifa de 1.700 pesos colombianos, equivalente a US$ 0,96, para ir de um ponto a outro de Bogotá. Não há cobradores nem dinheiro nos ônibus, o que, somado ao intenso policiamento, elimina a possibilidade de não se pagar a passagem.
CONTROLE - Entre bairros, terminais e estações-ponto dos corredores do BRT rodam os ônibus alimentadores, identificados pela cor verde. Mas as estrelas da operação são os enormes ônibus trocais vermelhos, com capacidade de 160 a 220 passageiros. Esses articulados ou biarticulados percorrem as pistas exclusivas em seis avenidas numa velocidade limitada a 60 km/h, sendo monitorados por um centro de operações. “Hoje atendemos 30% da demanda, mas pretendemos alcançar 100% dos passageiros de ônibus nos próximos dois anos”, planeja Rojas.
Para alcançar o objetivo, o Transmilenio ainda depende da terceira fase de implantação. São 32 novos quilômetros de pistas rápidas que serão acrescentadas aos atuais 84 quilômetros até janeiro de 2012. Nove operadores e 360 ônibus zero quilômetro, dos quais 200 biarticulados, e novos alimentadores de piso baixo e motor traseiro entrarão no sistema, o que significa que dezenas de empresas proprietárias de “colectivos” terão que se fundir ou vender a obsoleta frota de até 20 anos de idade para participar do BRT. Do outro lado da frota, os primeiros articulados a entrar no sistema, há exatos 11 anos, ganharam dois anos de sobrevida devido às condições de uso. “Não faria sentido sucateá-los, uma vez que esses ônibus estão em bom estado”, defende o gerente de estratégia e marketing da Marcopolo, Walter Cruz.
Coincidência ou não, esses velhos guerreiros do Transmilenio têm exatamente a mesma idade dos 12 articulados de Belo Horizonte. A diferença entre nós e eles é que, na capital mineira, esses ônibus devem ser retirados de circulação em breve, em detrimento da preferência dos empresários mineiros pelo rentável (e nada cativante) ônibus de motor dianteiro, aquele montado sobre chassi de caminhão.
NÚMEROS DA FASE 2 DO BRT
1 - Centro de controle
520 - ônibus alimentadores
1.257 - ônibus articulados
10 - ônibus biarticulados
7 - Terminais
107 - Estações-ponto
TERCEIRA FASE -
14 - Empresas operadoras
(*) O jornalista viajou a convite da Marcopolo
Articulados e biarticulados percorrem pistas exclusivas, agilizando viagens |