“Tem algumas soluções, fazendo inversão na prioridade de investimento, investir nos ônibus e sistema ciclo viário sem deixar de investir no sistema viário. Teresina tem um problema sério' é uma cidade cortada por um rio, o Poti, e tudo afunila para as pontes. O congestionamento é devido mais a questão de ter que afunilar tudo para as pontes. Temos 16 km de congestionamento na hora de pico, daqui a 20 anos teremos 80 km se não fizermos nada”, alerta.
Segundo ele, a integração do transporte coletivo seria a alternativa mais emergencial que deveria ser tomada no momento. “Fazer alguns corredores de transporte coletivo, além da implantação do bilhete para o passageiro andar algumas horas sem pagar outras tarifas”, sugere.
Para o engenheiro, as cidades, incluindo Teresina, foram feitas para o automóvel e não para o coletivo. “Essa não é só uma questão de Teresina e sim de todas as cidades. É preciso que sela implementado os projetos previstos pelo plano diretor de Teresina, que tenta prever nos próximos vinte anos todas essas questões”, afirma.
O engenheiro explicou a necessidade de criação do plano diretor de transportes. Segundo ele, todas as cidades se estruturaram desde a década de 30 tendo como principal meio de transporte o automóvel. A capital do Piauí, por exemplo, triplicou sua área urbana, ou seja, as pessoas têm que percorrer uma distância muito maior, gastando mais tempo, energia e causando mais acidentes.
“Mesmo tendo aplicado sua área, o centro continua ocupando quase 60% dos empregos e matrículas, que são os principais motivos de viagens da cidade, então a produtividade do sistema de transporte cai muito. O ônibus, que há 10 anos transportava mil pessoas por dia, hoje transporta 600 em um tempo muito maior. O cidadão perde mais tempo e reclama porque mais caro”, analisa.
Em cima disso, de acordo com o engenheiro, se buscou priorizar quais são os investimentos, como a construção de mais vias e pontes para a cidade de Teresina. “Esse plano é de R$ 500 milhões, sendo que para o transporte coletivo é de R$ 60 milhões. Investir em transporte coletivo seria prioridade. É um grande desafio fazer com que o cidadão que já tem um carro optar pelo transporte, atá pelo padrão de qualidade. Pois ele faz a conta só pela gasolina e assim sai mais barato, levando em conta também o tempo de espera”, afirma.
O plano diretor de transportes é uma determinação para as cidades com mais de 500 mil habitantes. Os investimentos são oriundos de financiamentos do BID e BNDES.
“O plano de Teresina é relativamente barato e as autoridades devem fazer o possível para implantá-lo o mais rápido possível”, finalizou o engenheiro, ressaltando que o plano da capital de São Paulo supera os R$ 30 bilhões.