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EMTU visita testes da primeira planta de hidrogênio renovável a partir do etanol

segunda-feira, 10 de março de 2025

A Universidade de São Paulo (USP) desenvolve testes da primeira estação experimental do mundo dedicada à produção de hidrogênio renovável a partir do etanol. O projeto, conduzido pelo Centro de Pesquisa e Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI) da Universidade, representa um marco na busca por soluções energéticas limpas e na transição para uma economia de baixo carbono. 

Com um investimento de R$ 50 milhões, a estação está localizada na Cidade Universitária, em São Paulo, e é parte de um projeto de Pesquisa e Desenvolvimento que conta com a colaboração de grandes empresas e instituições, como Shell Brasil, Raízen, Hytron (agora parte do Grupo Neuman & Esser), SENAI CETIQT e a própria USP por meio do RCGI, além da Toyota, Hyundai, Marcopolo e da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo (EMTU). 
 
A tecnologia desenvolvida visa demonstrar a viabilidade do etanol como vetor para a produção de hidrogênio sustentável, aproveitando a infraestrutura já existente no país. 

Capacidade e aplicações 

A planta-piloto tem capacidade para produzir 100 quilos de hidrogênio por dia, volume que será utilizado para abastecer três ônibus cedidos pela EMTU e dois veículos leves, entre outros. O hidrogênio gerado será testado em coletivos de transporte público da USP e nos veículos Toyota Mirai e Hyundai Nexo, ambos movidos a hidrogênio. Nesta fase, serão avaliados a taxa de conversão de etanol em hidrogênio e os índices de consumo e rendimento do combustível nos veículos. 

“Estamos promovendo uma revolução na matriz energética ao demonstrar que é possível produzir hidrogênio sustentável a partir do etanol, com grande eficiência logística”, explica Julio Meneghini, diretor científico do RCGI. “O Brasil tem condições únicas para esse desenvolvimento, considerando nossa infraestrutura já consolidada para o etanol. Isso abre possibilidades para a descarbonização da indústria em setores com alto nível de emissões, como a siderúrgica e a cimenteira, além dos setores químico e petroquímico, na produção de fertilizantes e no transporte de carga e passageiros em larga escala.” 

A produção de hidrogênio dessa planta-piloto ocorre por meio da reforma a vapor do etanol, um processo químico no qual o etanol reage com água sob altas temperaturas, resultando na liberação de hidrogênio. Esse método se destaca por sua eficiência e pela possibilidade de reduzir emissões de carbono, uma vez que o CO2 liberado no processo é biogênico, ou seja, pode ser compensado no ciclo do cultivo da cana-de-açúcar. 

Impacto na indústria e na mobilidade – A implantação da estação experimental abre caminho para o avanço da mobilidade sustentável. Fabricantes de aviões e montadoras de caminhões e ônibus podem se beneficiar diretamente da iniciativa, uma vez que terão acesso a uma fonte importante e sustentável de hidrogênio para o desenvolvimento de tecnologias baseadas em células a combustível. 

“O fomento dessa tecnologia pode trazer benefícios enormes para a indústria brasileira. A disponibilidade de hidrogênio em grande escala é fundamental para permitir avanços em diversas frentes, desde a mobilidade até a produção de fertilizantes sustentáveis”, destaca Meneghini. 

Perspectivas 

A partir dos resultados deste projeto de Pesquisa e Desenvolvimento, espera-se obter dados que possam orientar estudos futuros sobre sua aplicação em maior escala. “Nosso objetivo é demonstrar o potencial dessa solução e gerar conhecimento técnico-científico sobre sua viabilidade, aproveitando a infraestrutura do etanol para viabilizar a produção e distribuição do hidrogênio renovável”, explica Meneghini. 
 
O reitor da USP, Carlos Gilberto Carlotti Junior, também celebrou o desenvolvimento de testes e ressaltou a relevância do projeto: “O papel das universidades é desenvolver tecnologias que ainda não existem para permitir que o Brasil faça uma transição energética e, com isso, possa se posicionar como um país de primeiro mundo. Se conseguirmos oferecer uma energia mais barata e com menor pegada de carbono, certamente seremos lideranças mundiais. Para isso, é fundamental que a universidade gere conhecimento e que as empresas acreditem e invistam na industrialização dessas ideias. Grandes avanços tecnológicos começaram dessa forma: com pesquisa acadêmica transformada em inovação para a sociedade.” 

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, destacou a importância da iniciativa para a economia do estado e seu potencial de expansão em sua visita à planta, no dia 19 de fevereiro: “Estamos entrando na fase de emergência climática e precisamos ter velocidade em apresentar respostas. A ciência brasileira sempre nos brinda com soluções: quando o mundo atravessou as crises do petróleo, ela desenvolveu o álcool, o etanol e os motores a álcool. Hoje temos grandes potenciais de desenvolvimento para o futuro: a transição energética e a economia do conhecimento. A USP está na vanguarda em todos eles. Aproveitamos essas oportunidades que vão diferenciar o estado de São Paulo e ajudar o Brasil”, disse. 

O avanço da planta experimental da USP marca um passo significativo para a produção de hidrogênio sustentável no Brasil. Julio Meneghini prevê que “a tecnologia contribuirá para consolidar o país como um dos líderes mundiais na produção de energia limpa, reduzindo dependência de combustíveis fósseis e impulsionando diversos setores econômicos de maneira sustentável”. 

Informações: EMTU

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