A greve do metrô de Belo Horizonte completa 40 dias nesta sexta-feira (29) e já é a mais duradoura da história. O movimento, iniciado no dia 21 de março, não tem previsão para acabar, e cerca de 70 mil passageiros seguem sendo prejudicados todos os dias.
Uma assembleia realizada na noite desta quarta-feira (27) decidiu pela continuação da paralisação.
A greve mais longa do metrô da capital até agora tinha acontecido em 2012, quando a paralisação durou 38 dias ininterruptos, entre 14 de maio e 20 de junho.
Naquela época, os metroviários reivindicavam aumento real dos salários, além de bonificação e plano de saúde integral. Desta vez, a categoria luta pela garantia dos mais de 1,5 mil empregos após a desestatização da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) em Minas Gerais.
Segundo o presidente do sindicato dos metroviários do estado, Romeu José Machado Neto, as negociações com a União estão paralisadas.
O Ministério da Economia já informou que, uma vez que o metrô estiver sob a gestão do concessionário, os empregados terão direito a 12 meses de estabilidade.
"A concessionária vai poder fazer o que quiser com os empregados e, tendo em vista o que acontece, será demissão. A gente quer a possibilidade de o empregado ir para outras unidades da CBTU que vão continuar operando ou o reaproveitamento dentro da administração pública federal, em qualquer outro órgão", afirmou Romeu.
Enquanto os metroviários e a União não chegam a um acordo, cerca de 70 mil passageiros são prejudicados todos os dias.
Em dias úteis normais, aproximadamente 100 mil pessoas usam o metrô. Desde que a greve começou, menos de 34 mil têm se deslocado diariamente.
Apesar da determinação da Justiça para que os trens circulem nos horários de pico durante a paralisação, entre 5h30 e 10h e 16h30 e 20h, o serviço só está funcionando das 10h às 17h, escala que atende somente 30% da demanda dos usuários.
"Muitos usuários têm questionado por que o metrô não poderia funcionar pelo menos nos horários de pico. No entanto, vejamos, no caso de uma greve em que o metrô funcionasse de manhã e de tarde até à noite, a luta dos trabalhadores não teria nenhum efeito concreto", diz o sindicato, em nota.
A multa pelo descumprimento do horário estabelecido judicialmente é de R$ 30 mil por dia – já seriam mais de R$ 1,1 milhão, considerando todos os dias da greve. No entanto, como se trata de uma liminar, o valor ainda não está sendo cobrado.
O que diz o outro lado
Em nota, a CBTU-BH afirmou que "tomou todas as medidas judiciais e administrativas possíveis na tentativa de suspender o movimento paredista, incluindo solicitações de aumento da multa diária".
A companhia disse que propôs o reajuste salarial dos metroviários com base na inflação, mas a proposta não foi aceita pela categoria.
O Ministério da Economia falou que não vai comentar o assunto.
Já a Advocacia-Geral da União afirmou que "foram adotadas todas as providências ao alcance da União e da CBTU e que apenas a Justiça tem o poder de colocar fim à greve".
Segundo a AGU, o sindicato dos metroviários "optou por encerrar o canal de diálogo com a União em reunião realizada no dia 15 de abril de 2022".
Informações: G1 MG
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