Já sentida pelos motoristas, a alta no preço dos combustíveis deve impactar agora o orçamento de quem depende do transporte público. Em entrevista à Rádio Eldorado, do Grupo Estado, nesta quinta, 4, o prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), afirmou ser quase impossível não reajustar o preço da tarifa em 2022. Hoje, o passageiro do sistema paga R$ 4.40 pelo modelo unitário. Para o ano que vem, o valor ainda não está fechado, mas, se a correção se der pela inflação acumulada do período, ele pode chegar a R$ 4,92.
Nunes disse que a manutenção do custo atual só seria possível se o preço do óleo diesel – usado majoritariamente na frota – voltasse ao patamar do início do ano. “Mas a tendência é que fechemos o ano com uma alta de 60%, o que torna praticamente impossível não termos isso refletido na tarifa”, disse. A decisão oficial será anunciada em dezembro.
O último aumento em São Paulo se deu em janeiro de 2020, quando a tarifa passou de R$ 4,30 para R$ 4,40 por decisão do então prefeito Bruno Covas (PSDB) e do governador João Doria (PSDB), que geralmente promovem o reajuste de forma simultânea para ônibus, metrô e trens. Diante do agravamento da crise econômica, o valor se manteve nos três sistemas ao longo deste ano, com exceção do vale transporte integrado.
O prefeito afirmou saber da importância de não se aumentar o preço do ônibus e responsabilizou o governo Jair Bolsonaro pela inflação. “O governo federal não conseguiu conter o aumento do diesel. Ouvimos muito discurso em relação a isso, mas na prática não aconteceu. É natural então que se leve isso ao preço da tarifa”, disse.
A outra opção seria aumentar o subsídio para manter o sistema, mas hoje esse montante já passa de R$ 3,3 bilhões por ano e, segundo o Estadão apurou, não deve ser essa a escolha do Município. No início do ano, a SPTrans – empresa municipal que opera o sistema – estimou em R$ 4,2 bilhões o valor necessário para subsidiar o sistema em 2021. Para evitar que o preço chegue a esse patamar, Nunes conta com recursos que ainda não entraram no caixa, como os R$ 200 milhões estimados com as concessões dos terminais de ônibus, e uma readequação do sistema de bilhetagem, que renderia mais de R$ 200 milhões.
Informações: Isto É
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