A tarifa do transporte coletivo de Campinas vai ficar 18,4% mais cara a partir de 7 de janeiro. O preço será majorado dos atuais R$ 3,80 para R$ 4,50, um aumento real de 10,9%, descontada a inflação do período. As empresas de transporte queriam, no mínimo, uma tarifa de R$ 4,80 e afirmam que o novo valor não garante o equilíbrio econômico-financeiro do sistema. A Prefeitura publicará hoje decreto com o valor da passagem em edição extraordinária no Diário Oficial. Até o final do mês, o prefeito Jonas Donizette (PSB) vai anunciar o valor do subsídio que será dado à tarifa este ano, de R$ 60 milhões, uma redução de 36,8% em relação ao que foi pago em 2016.
O preço de R$ 4,50 será cobrado dos passageiros que pagam a passagem em dinheiro e no vale-transporte. As demais modalidades terão descontos. Os usuários do bilhete único terão desconto de R$ 0,30 sobre a tarifa cheia e pagarão R$ 4,20 pela passagem. Já os bilhetes escolar e universitário passarão a ter os descontos de 40% e 50% respectivamente não mais sobre a tarifa cheia, mas sim sobre o preço do bilhete único. Assim, o passe escolar custará R$ 1,68 e o universitário, R$ 2,10.
O sistema integração também sofrerá mudanças. Quem fizer a segunda integração dentro do período de duas horas perderá o desconto de R$ 0,30 no bilhete único. Quem vier, por exemplo, do Parque Floresta até o Terminal Campo Grande e de lá fizer a integração para o Centro e usar o bilhete único, pagará R$ 4,20. Mas se do Centro ele for para Barão Geraldo, fazendo a segunda integração, vai perder o desconto de R$ 0,30 e esses percursos, com mais de uma integração feitos em duas horas, custarão R$ 4,50. A grande maioria dos passageiros que fazem integração usa o bilhete único e perderá o desconto se fizer a segunda integração.
Essas mudanças nos descontos e a majoração da tarifa acima da inflação, segundo o secretário de Transportes Carlos José Barreiro, foram definidas visando a redução dos aportes que a Prefeitura tem feito para segurar o valor da tarifa. “A crise econômica, que corroeu as finanças municipais, não permitirá que a Prefeitura faça aportes significativos para as empresas, incluindo o sistema alternativo, que operam o transporte coletivo público e o Programa de Acessibilidade Inclusiva (PAI), como ocorreu nos últimos três anos”, disse.
No domingo, após a cerimônia de posse, o prefeito Jonas Donizette (PSB) explicou porque iria reduzir o subsídio da tarifa. “Hoje vivemos uma realidade econômica de queda de receita, que não mais permite garantir o subsídio como vinha sendo feito. O ideal seria não fazer nenhum aporte no sistema, mas alguma coisa teremos que bancar para que os usuários não sejam penalizados com uma tarifa alta”, afirmou.
A Prefeitura está ainda trabalhando nos cálculos, mas Barreiro adiantou que o subsídio deverá ficar na faixa de R$ 15 milhões por trimestre, ou seja, R$ 60 milhões no ano. “Isso se as condições econômicas do País não piorarem. Se cair mais ainda, teremos que rever esse subsídio”, disse,
Segundo ele, além do aumento dos insumos do transporte coletivo, como pneus, diesel, o sistema vivência uma queda no volume de passageiros transportados. Já houve, em consequência disso, uma redução na frota e, afirmou, não é possível tirar mais ônibus de circulação, porque isso deixaria a população desassistida.
Informações: Correio Popular
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