Em audiência de conciliação realizada no Tribunal Regional do Trabalho (TRT-PR) nesta terça-feira (12), as empresas de ônibus do transporte coletivo de Curitiba se comprometeram a pagar os salários atrasados que motivaram a greve de motoristas e cobradores. Até o pagamento, porém, os trabalhadores se comprometeram a manter apenas a frota mínima em circulação.
Após horas de audiência, a proposta que obteve anuência de todas as partes envolvidas foi a em que a Urbs, responsável pelo gerenciamento do sistema, se comprometeu a fazer um aporte emergencial de R$ 3,5 milhões para as empresas. Elas alegam que precisam de R$ 4,5 milhões para pagar todos os salários atrasados.
Os R$ 3,5 milhões devem ser repassados na quarta-feira (13) e imediatamente pagos aos trabalhadores. Segundo o sindicato patronal, isso permitirá que algumas empresas paguem 100% dos salários, e outras apenas parcialmente. O restante dos recursos deve ser levantado com a arrecadação das catracas até sexta-feira (15) e repassado aos trabalhadores que ainda não tiverem recebido.
Até que os pagamentos sejam efetuados, os trabalhadores se comprometem a manter apenas os percentuais mínimos de frota em circulação – 30% em horário regular, e 50% em horário de pico (das 5h30 às 9h30 e das 16h45 às 19h30). Na medida em que os funcionários sejam remunerados, eles devem voltar às atividades até que seja retomado o percentual de 100% da frota em circulação.
Paralisação
A greve começou à 0h desta terça-feira, quando as linhas de ônibus deixaram de operar. O motivo para a paralisação, de acordo com o Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc), foi o atraso no pagamento dos salários dos funcionários.
Este atraso ocorreu na maioria das empresas que operam o sistema público de transporte da cidade e foi reconhecido pelo Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp).
O resultado foi milhares de usuários prejudicados, com dificuldades para os usuários durante todo o dia. Isso porque o Sindimoc descumpriu a determinação de manter o mínimo de 30% da frota.
O presidente da Urbanização de Curitiba (Urbs), Roberto Gregório, que gerencia o transporte público da capital paranaense, chegou a afirmar que o atraso no pagamento dos motoristas e cobradores foi uma manobra das empresas para pressionar o aumento da tarifa técnica - valor repassado pela administração municipal às empresas.
Por Fernando Castro
Informações: G1 PR
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