O metrô do Recife trabalha com déficit de mais de 70% no orçamento anual. O serviço é bancado pelo governo federal, que aplica por ano cerca de R$ 300 milhões. A única fonte de renda vem da venda de bilhetes. A receita anual com passagens é de cerca de R$ 66 milhões e representa pouco mais de 24% na cobertura das despesas.
De acordo com o engenheiro da CBTU-PE, Bartolomeu Carvalho, é preciso um esforço dos três níveis de governo para ajudar o modal a se manter, principalmente com a tual crise econômica. “O metrô, mesmo pertencendo ao governo federal, trabalha para o estado. Hoje, metade das pessoas que usam o metrô não paga nada. E não temos nenhum tipo de subsídio”, aponta Carvalho.
Ele compara, por exemplo, o metrô do Rio de Janeiro, que é privado e tem isenção no ICMS (Imposto de Circulação de Mercadoria e Serviço) sobre a energia. “A energia é onde está o nosso maior custo. Pagamos por ano R$ 26 milhões e se tivéssemos isenção no imposto, haveria uma economia de 25% nesse valor”, revelou Bartolomeu.
Além de não oferecer isenção, o governo do estado, por meio do Consórcio Grande Recife, órgão gestor do Sistema de Transporte Público de Passageiros, não repassa, desde 2012, o valor referente ao cartão VEM. A dívida já ultrapassa os R$ 30 milhões. “É um dinheiro que nos faz muita falta. Infelizmente tivemos que colocar essa causa na justiça”, afirmou Carvalho. Por nota, o consórcio disse reconhecer parte da dívida, mas não informou qual o valor é reconhecido.
E para piorar a receita, o metrô tem a menor tarifa do país: R$ 1,60, a mesma desde 2012. “Acredito que a população poderia ajudar caso o bilhete fosse do mesmo valor da tarifa A do ônibus de R$ 2,45”, sugeriu Fernando Jordão da UFPE.
Por Tânia Passos
Informações: Diário de Pernambuco
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