Concebido pela prefeitura como o projeto dos sonhos para garantir conforto e rapidez aos milhares de cariocas que se deslocam nos ônibus da Zona Oeste, o BRT Transoeste tem sido um pesadelo para quem depende dele todos os dias. Segundo o consórcio que opera o serviço, dos cerca de 180 mil passageiros transportados diariamente, 80% viajam nos horários de pico. As estações não dão conta de tanta gente.
Imagem: Osvaldo Prado/O Dia |
A Secretaria Municipal de Transportes admite: os problemas existem e só foram identificados depois que o sistema, contemplado com R$ 1 bilhão em investimentos, ficou pronto. O órgão agora promete corrigir as falhas com um pacote de melhorias, que prevê construção e ampliação de estações e terminais e a aquisição de mais veículos articulados e não articulados (padrons).
Enquanto as medidas, sem custos informados, têm prazos desconhecidos para sair do papel, O DIA acompanhou, por dois dias seguidos, o sufoco dos passageiros que utilizam o Transoeste, de Santa Cruz e Campo Grande, rumo à Barra da Tijuca pela manhã. Nas estações Recreio Shopping, Gláucio Gil e Salvador Allende, a rotina é de empurrões, discussões e até desmaios devido à superlotação. A principal reclamação é o número insuficiente de ônibus para atender à demanda.
Estudo recomenda reformulação dos terminais
Em setembro, o ITDP Brasil (Instituto de Política de Transporte e Desenvolvimento) realizou um estudo sobre o BRT Transoeste e identificou aspectos que contribuem para a superlotação e que poderiam ser melhorados.
Entre as medidas recomendadas à SMTR, constavam a revisão do tamanho da frota reserva de ônibus; garantia e fiscalização dos níveis de serviço, com indicadores amplamente divulgados, determinando para cada serviço do corredor a frequência adequada; reformulações completas do terminal de Santa Cruz e da estação Curral Falso; expansão do Terminal Alvorada e das estações de Mato Alto e Pingo d’Água. Outra sugestão foi a adaptação do novo terminal de Curral Falso para receber os serviços de ligação com Campo Grande.
A Secretaria reconheceu, em nota, que “algumas estações apresentam capacidade operacional menor do que a demanda” e informou que os projetos de infraestrutura prometidos já foram encaminhados à Secretaria Municipal de Obras. Para aumentar a frota do Transoeste, anunciou a compra de 18 veículos articulados, com capacidade para 180 e 200 passageiros, para substituir os de 140 lugares, além de 15 não articulados (atualmente rodam 132 articulados e 29 padrons nos períodos de pico).
Por Marcelo Victor e Gustavo Ribeiro
Informações: O Dia
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