Novo trem da Linha 15-Prata do Metrô de SP chega ao Brasil *** Goiânia é a cidade que mais construiu ciclovias em 2024 no Brasil *** Em Fortaleza, Cartão Bilhetinho garante gratuidade para mais de 51 mil crianças *** No DF, Mais 171 linhas de ônibus deixam de receber pagamento em dinheiro *** Novo modelo de ônibus elétrico, 2 toneladas mais leve, é testado em Porto Alegre *** Metrô do Recife dá um passo a frente para a privatização *** GDF pretende renovar a frota de metrô com investimento de R$ 900 milhões *** Conheça nossa página no Instagram

Como São Paulo quer melhorar o transporte público com menos ônibus

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Fernando Haddad (PT), prefeito de São Paulo, quer resolver o problema do transporte público na cidade de uma maneira, que a princípio, pode não fazer sentido. Para tornar o sistema mais eficiente, a prefeitura pode propor, na nova licitação dos transportes, uma redução no número de ônibus que circulam diariamente pela cidade.

Em entrevista a EXAME.com, o secretário municipal de transportes, Jilmar Tatto, não confirmou em quanto (e se) o número de ônibus será reduzido. Segundo ele, as possibilidades ainda estão sendo avaliadas pela prefeitura. A previsão é de que a atual frota seja reduzida em 27%, segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo do último domingo.

Tatto afirma que uma empresa já foi contratada para delinear o novo conceito do sistema de transporte público de São Paulo. "Estamos revendo o traçado das linhas de ônibus, a quantidade de linhas que temos na cidade e a de assentos", diz. A nova licitação deve ser aprovada ainda neste semestre. 

Veja quais as possíveis mudanças:

1. Ter menos ônibus, mas o mesmo número de assentos

Uma das possibilidades, segundo Tatto, é substituir os veículos tradicionais por ônibus superarticulados. Se aprovada, a medida deve diminuir o número de ônibus que circulam pela cidade, mas manter a quantidade de assentos oferecidos hoje.

Enquanto um ônibus convencional carrega 75 passageiros sentados e em pé, um ônibus superarticulado tem capacidade para levar 170 passageiros - 58 sentados e 112 em pé.

2. Reorganizar a lógica do sistema de transporte público

"O que sabemos hoje é que a quantidade de ônibus em São Paulo é suficiente, mas mal distribuída do ponto de vista dos locais onde operam e do tamanho", afirma o secretário. De acordo com ele, hoje há ônibus pequenos circulando em locais de grande demanda enquanto veículos grandes trafegam em áreas com uma demanda menor.

Para solucionar isso, a proposta é reorganizar a rede de transportes municipal. Hoje, a distribuição das linhas de ônibus é pensada de acordo com os horários de pico. Neste período, toda frota e estrutura administrativa da SPTrans é colocada na rua. Assim que o horário de pico termina, os ônibus são retirados de forma linear, com intervalos cada vez maiores.

No novo modelo, o sistema seria estruturado em cinco redes integradas que seriam planejadas de acordo com a demanda específica do momento. Uma seria focada nos horários de pico e outra para o período que se estende das 9h às 18h, além de outras elaboradas especialmente para as madrugadas, sábados e domingos.

Um exemplo disso é como funcionará o esquema de ônibus durante a madrugada. Neste período, haverá linhas que seguem o trajeto do metrô – que não funciona entre meia-noite e 4h da manhã -, além de rotas para hospitais e para locais que concentram eventos noturnos, como restaurantes, bares e baladas, por exemplo.

3. Encarar os corredores de ônibus como metrô

Atualmente, o sistema de ônibus da cidade é dividido em zonas. Pela proposta da prefeitura, o serviço seria estruturado de acordo com o tipo de percurso e a demanda. Tatto projeta que isso pode garantir mais velocidade aos ônibus em cada trajeto. Para isso, o sistema seria dividido em três tipos: estrutural, coletor e intra-bairro.

Os chamados “ônibus estruturais” circulariam apenas pelos corredores de ônibus da cidade. Os veículos seriam grandes e articulados. É nestes eixos que os modelos menores seriam substituídos por ônibus maiores, mas em menor quantidade.

A ideia é que os corredores funcionem como uma espécie de metrô, levando os passageiros de forma rápida de um mesmo ponto de origem e destino.

Já os “ônibus coletores” terão o tamanho padrão e buscariam os passageiros dentro dos bairros para levá-los até os corredores. Os “intra-bairro” seriam menores (micro-ônibus e vans) e circulariam pelas ruas mais estreitas que não suportam veículos maiores dentro dos bairros.

Tatto afirma que tais mudanças seguem os eixos estabelecidos pelo recém-aprovado Plano Diretor de São Paulo. Um dos principais pontos do projeto é o de adensar a população ao longo das vias expressas de transporte público, como corredores de ônibus e estações de metrô, para reduzir o tempo de deslocamento entre casa e trabalho.

"Foi o Plano Diretor que definiu quais serão esses eixos. Cabe a nós agora aplicar e construir os corredores onde ainda não tem", diz Tatto.

Vai funcionar?

"São Paulo tem 1.700 km de linhas transpostas, que percorrem o mesmo trajeto com ônibus tradicional e articulado. Isso não é eficiente", afirma Luiz Vicente Figueira de Mello, especialista em gestão ambiental com foco em mobilidade urbana e coordenador do curso de Engenharia da Universidade Presbiteriana Mackenzie Campinas.

Para o especialista “já estava na hora” de mudanças como as propostas acontecerem. No entanto, segundo ele, a nova lógica pode não ter um impacto positivo para todos os setores da sociedade – a começar pelos motoristas e cobradores de ônibus que podem perder seus empregos. Os usuários do transporte coletivo podem também não gostar da ideia em um primeiro momento.

"As pessoas estão acostumadas a pegar o mesmo ônibus todos os dias. Elas não vão gostar de ter que pegar mais de um ônibus para fazer seu trajeto completo, mesmo que ele seja mais rápido", explica. “Isso precisa ser feito de forma gradativa e com muita informação disponível para o público”. 

Por Beatriz Souza
Informações: Exame Abril

Leia também sobre:

1 comentários:

Lucas disse...

Mesmo reduzindo a frota mantendo o mesmo número de assentos, o intervalo entre os ônibus devem aumentar, acredito. Acho que não é o momento da prefeitura reduzir a frota, e sim, ampliá-la

Seja Mais Um a Curtir o Blog Meu Transporte

BRT Aricanduva

Ligeirão NORTE-SUL / Curitiba

Seguidores

 
 
 

Ônibus articulados elétricos em Goiânia


Prefeitura de São Paulo anuncia retomada do Complexo Viário que ligará Pirituba à Lapa

Número de passageiros no Metrô de São Paulo cresceu em 2023

Em SP, Apenas 3 em cada 10 domicílios ficam perto de estações de metrô e trem

BUS ELÉTRICO EM BELÉM


Brasil precisa sair da inércia em relação aos ônibus elétricos

Brasil tem mais de cinco mil vagões de trem sem uso parados em galpões

LIGAÇÃO VIÁRIA PIRITUBA-LAPA


Seja nosso parceiro... Nosso e mail: meutransporte@hotmail.com

Prefeitura do Rio inaugura o Terminal Intermodal Gentileza

‘Abrigo Amigo’ registra 3,5 chamadas por dia em Campinas

Ônibus elétricos e requalificação dos BRTs tornam transporte eficiente e sustentável em Curitiba

Brasil prepara lançamento do primeiro VLT movido a hidrogênio verde

Informativos SPTrans

Nova mobilidade urbana revela o futuro dos deslocamentos

Notícias Ferroviárias

Em SP, Passageiros elogiam Tarifa Zero aos domingos

Porto Alegre terá 12 ônibus elétricos na frota em 2024

Recife: Motoristas mulheres são mais confiáveis no transporte coletivo junto aos usuários

Obras do VLT em Curitiba devem custar cerca de R$ 2,5 bilhões

Com metrô, Salvador deixou de emitir mais de 45 mil toneladas de CO2 em oito anos

Barcelona dá transporte gratuito para quem deixar de usar carro

Os ônibus elétricos do Recife começaram a circular em junho de 1960