Só quem já viveu, sabe a frustração e a raiva que abatem o cidadão, quando este está aguardando um ônibus e, de repente, após minutos que mais parecem uma eternidade, ele passa... direto! Motoristas que não param nos pontos são uma das principais queixas dos soteropolitanos em relação ao transporte coletivo de Salvador. Especialistas repetem diariamente, a relação entre o aumento dos veículos particulares nas ruas ao serviço público oferecido, mas as dificuldades enfrentadas pelos usuários parecem estar longe de serem resolvidas. Contudo, a população, por sua vez, aguarda ansiosa por dias melhores no sistema de transporte público da capital baiana.
Na última semana, o prefeito ACM Neto e o secretário de Urbanismo e Transporte, Fábio Mota, assinaram os contratos com os consórcios vencedores da licitação, que ficarão responsáveis pela prestação do serviço na capital baiana por mais 25 anos. Com a ação, o município garante que os problemas enfrentados pelos usuários do serviços vão chegar ao fim. Entre as mudanças que estão previstas ao longo dos próximos anos, estão o reordenamento das linhas, extensão da acessibilidade a toda a frota, o monitoramento dos veículos, e a ventilação forçada.
Entretanto, nas ruas, escassez de conforto, excesso de usuários, frota insuficiente nos horários de pico, falta de climatização e higiene insuficiente, resumem o quadro enfrentado diariamente pela maioria da população soteropolitana. Alguns problemas são direcionados diretamente às empresas que exploram o sistema, outras, ficam a cargo dos profissionais responsáveis pelo transporte.
“Tem motorista que não para quando o ônibus está muito cheio, então não tem como ninguém entrar, até é justificável, mas há outros que simplesmente passam direto sem sequer dar oportunidade a quem está esperando”, reclama a atendente Jussane Santana, 32 anos.
Moradora da Cabula, ela chega até a citar a linha em que a situação já é corriqueira, segundo ela. “Já aconteceu comigo várias vezes com o Pituba X Santo Inácio. Ele sempre está cheio, independente do horário”, relata. O problema também é relatado pelo técnico de laboratório Robson Araújo. Ele conta que chegou a ficar estarrecido quando visitou a cidade do Rio de Janeiro e utilizou o sistema de transporte público da capital fluminense.
“Além de serem climatizados, os ônibus passam a toda hora e vazios. Sem contar que não precisa você pôr a mão para o motorista parar. Eles sabem que é obrigação deles, é parada obrigatória” , disse, ressaltando também a diferença entre os itens de confortos oferecidos nos ônibus das capitais.
Já o técnico em eletrônica João Santana, 52 anos, aponta a falta de higiene em alguns veículo como um dos principais problemas encontrada por ele, além do tempo de espera, entre um ônibus e outro. “A gente já perde um tempo enorme esperando um ônibus, quando dá sorte de passar, ela já segue pela pista do meio, e lá vamos nós esperar mais 40 minutos para a espera de outro. Mas, certamente dias melhores virão”, comentou.
por Kelly Cerqueira
Informações: Tribuna da Bahia
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