São quase dez horas da manhã quando a reportagem do Portal 7 Segundos chega ao Terminal Rodoviário Urbano, no Parque Ceci Cunha, em Arapiraca. O local é o principal ponto de embarque e desembarque de passageiros de ônibus da cidade. Os bancos estão lotados. Gente que reside na zona urbana, mas precisa chegar a um bairro mais distante e pessoas que moram na zona rural ou em cidades vizinhas, e que precisam vir à cidade.
O processo de embarque e desembarque é tranquilo. Difícil mesmo, para os usuários, é aceitar as más condições do transporte público. A agricultora Ana Paula Lopes, de 34 anos, reside no povoado Batingas, na zona rural. Com um bebê de três meses no colo, ela reclama que está no ponto, há mais de uma hora, esperando o transporte. “As empresas de ônibus não respeitam a gente. ‘Além disso, é difícil pegar um ônibus em boas condições”, afirma.
Para a Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito, a solução será a realização de uma licitação. “Estamos fazendo o termo de referência (onde devem constar todas as condições para as empresas operarem)”, explicou o subsuperintendente do órgão, Willyan Nunes. Além da contratação de novas empresas, o processo inclui também exigências que visam melhorar o transporte público. No entanto, ainda não há previsão para realização do certame e, portanto, ainda não há data exata para efetivação das medidas.
Arapiraca tem hoje quatro empresas que fazem o transporte público para as zonas urbana e rural da cidade: Real Arapiraca, RM Viação, São Judas Tadeu e Mãe Salvador. No entanto, o sistema de transporte na cidade não é integrado e acaba gerando uma série de confusões para os passageiros que são obrigados a se adaptarem às determinações das empresas.
A professora Cintia Melo, que reside próximo à Universidade Federal de Alagoas, utiliza o transporte público diariamente. Para ela, a rotina é estressante. Segundo a docente, os ônibus fazem uma rota única até o Centro da cidade, além de não ter horário fixo de passar. “Um problema da cidade toda é que você só tem transporte para o Centro. ‘Não existe de um bairro para outro”, afirma.
Outro problema apontado são os tickets ou vale-transporte. Cada empresa utiliza seu próprio sistema e somente uma delas tem o vale eletrônico. “Cada uma tem um (vale-transporte) diferente que não serve para as demais. Se você utiliza duas empresas diferentes, tem de ter vales diferentes. Diferente de Maceió que você vai à Transpal compra e usa (o vale) em qualquer empresa da cidade”, explica a Cintia Melo.
Willyan Nunes esclarece que as transportadoras de passageiros que serão licitadas terão que estar aptas a trabalhar com bilhetagem eletrônica integrada, o que deve resolver a diversidade de tickets existentes na cidade, unificando o sistema. Sobre linhas que integrem todos os bairros, ele explicou que esta é a outra meta do município e, por isso, diversos estudos estão em curso para buscar soluções para a questão.
Por: Clau Soares, especial para o 7Segundos
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